É o que estamos lendo e ouvindo por ai. Será que realmente os impressos devem ter medo da internet?
Eu estava lendo a revista Negócios da Comunicação número 33, a informação lá é que nos EUA 93 jornais impressos fecharam, faliram ou migraram para a internet e os gigantes como The New York Times, Los Angeles Times e The Washington Post estão apresentando drásticas quedas de circulação, porém em outros lugares do mundo as empresas de impressos não devem ser preocupar – “O que acontece nos Estados Unidos tem uma superdimensão. Talvez, se o mesmo acontecesse no Irã, ninguém notaria”, avalia Marcelo Rech, diretor de Produtos do Grupo RBS. No mundo as operações impressas aumentaram 1,3%, somente na América Latina aumentou 16,4% nos últimos cinco anos.
A análise do Instituto Verificador de Circulação (IVC) aponta que 8,083 bilhões de exemplares em 2007 foram impressos e em 2008 8,049, o que representa 5% da tiragem gerais de jornais.
Saindo um pouco do contexto, na quarta-feira passada sai do metrô e um senhor que estava distribuindo o jornal Destak me entregou eu agradeci, informando que eu não queria, ele me perguntou se era porque eu não tinha tempo para ler, respondi que sim. Ele falou, então leia o versão “Virtual Paper” – agradeci. Cheguei no serviço, fui olhar a tal versão “Virtual Paper”, é uma opção que vem as notícias na íntegra do impresso. Quinta-feira e sexta-feira perguntei para algumas pessoas se eles conheciam a versão na internet, falaram que não e sei que são leitores diários do Destak. O Destak tem quatro anos, publicaram 758 edições e não é por ter uma versão online que os 40 mil usuários do metrô de São Paulo deixaram de ter um “senhor atencioso” distribuindo jornal todas às manhãs.
A praticidade de verificar noticia na internet está cada vez mais assídua, existe um site chamado Maxpress, ele adiciona todas as noticias da internet, podemos ir direto ao assunto ou ler o que nos chama atenção em todos os momentos de diversos sites de notícias.
Voltando a matéria da revista Negócios da Comunicação, também trás que na década de 1990 os jornais online passaram a completar a versão impressa, é uma maneira direta de se divulgar a matéria. A versão eletrônica é uma imposição mercadológica, já que no mundo em 2005 contava com 64,5 milhões de internautas e verifiquei que somente no Brasil em pesquisa realizada pela ONU, em 2008 o número de internautas chega a 40 milhões, porém o fato que diferencia a internet do impresso No Brasil é que “Aqui, não atingiu 6% a fatia que pertence a internet” diz Marcelo Rech.
A pesquisa da Research Internacional à Folha, indica que 76% dos leitores das classes A preferem ler jornal impresso, no Brasil, sendo que 12% são assinantes de algum veículo de informação.
Ainda no artigo da Revista Negócios da Comunicação, Eugênio Bucci é entrevistado, num determinado momento ele diz que “Não que o jornal vá desaparecer só que o formato que estamos acostumados está condenado há varias anos e o mundo sabe disso”.
Para mim o processo de transformação é evidente, pelo qual está passando uma construção, estamos vivendo no campo da comunicação de massa uma verdadeira “revolução” e torna-se muito difícil a tarefa de dimensionar conseqüências de maneira segura. A internet facilita o acesso e consumo de informações em tempo real, esse é o desafio do jornal impresso, trazer noticias do dia anterior de forma que atraia o leitor.
Não acredito que atualmente os impressos devam ter medo da internet, a adaptação é a chave do sucesso, também Gavin O’Reilly, presidente da Associação Mundial de Jornais, diz que “Tem mais adultos lendo jornais diariamente do que gente comendo Big Mac todos os anos”.