Dando continuidade e finalizando os posts sobre O valor das Relações Públicas [parte1] e [parte2], hoje falarei dos resultados da pesquisa realizada com os 50 profissionais de RP, agora com base nos dez princípios “genéricos” de Relações Públicas, segundo Grunig que, se aplicados, poderão resultar em comunicação excelente, vale apena lembrar que eles são:
1. Envolvimento de Relações Públicas na administração estratégica;
2. Participação direta de Relações Públicas com a alta administração/CEO;
3. Função integrada de Relações Públicas (comunicação interna e externa);
4. Relações Públicas como função administrativa, separada de outras funções;
5. Depto. de Relações Públicas coordenado por um “gestor” e não por um “técnico”;
6. Uso do modelo simétrico de Relações Públicas;
7. Uso do sistema simétrico de comunicação interna;
8. Profundo conhecimento do papel de gestor e de Relações Públicas simétricas;
9. Diversidade em todos papéis desempenhados;
10. Contexto organizacional participativo para a excelência da comunicação.
Ressaltar que a importância que Grunig dá às variáveis de simetria e relacionamento, que acarreta nos elementos que têm uma relação estreita com a área de Cerimonial e Protocolo.
1 - Segundo pesquisa realizada 49% dos profissionais só participam das reuniões do seu departamento, o que é natural devido à maioria das organizações ainda não ter uma política de sinergia entre seus departamentos. Mas um número significativo, 44%, dos Relações Públicas participam de todas as reuniões de suas empresas, o que pode ser considerado um avanço positivo na compreensão de que toda a empresa deve trabalhar de forma coesa em busca de seus resultados.
2 - Dos 50 entrevistados, 74% afirmam trabalhar em parceria com o CEO. O que significa que a visão da alta administração em relação ao papel desempenhado pelo profissional modifica-se gradativamente, esquecendo-se da visão apenas operacional que cercava a profissão de Relações Públicas.
3 - 56% dos entrevistados afirmam que a comunicação interna e a externa são gerenciadas pelo menos departamento, isso indica que nessas empresas a comunicação não é segmentada e que, provavelmente, as informações transmitidas não são contraditórias, o que é fundamental para a imagem da organização perante seu público interno e seus diversos públicos externos.
4 - 57% responderam que a Comunicação de suas empresas tem um departamento independente, o que mostra o quanto essa área vem sendo valorizada no mercado de trabalho. Uma comunicação estruturada se torna cada vez mais necessária para fazer frente à nova demanda social e ao mercado cada vez mais competitivo.
5 - 44% dos gerentes do departamento de Comunicação das empresas em que os profissionais pesquisados trabalham estudaram comunicação e 34% são Relações Públicas.
6 - 62% dos entrevistados afirmaram que suas empresas têm um relacionamento simétrico com seus públicos, ou seja, transmitem as informações e recebem o retorno dos grupos de interesse, ou seja, organização e públicos passam a ser interlocutores em um diálogo com o objetivo de chegarem a consensos, definidos por James Gruning como zona “win-win”. Embora saibamos que uma comunicação totalmente simétrica de mão-dupla uma postura muito difícil de ser adotada completamente, o resultado demonstra que os profissionais entrevistados sabem da importância de ouvir seus públicos.
7 - 68% dos profissionais afirmaram que realizam pesquisas, ou seja, existe uma crescente valorização da opinião dos públicos pela organização. Saber o que os públicos pensam é determinante para a maioria das ações das organizações, que devem adaptar não só sua comunicação como, em certos casos, seus produtos/serviço e sua postura.
8 - : 81% dos entrevistados possuem gerentes com esse perfil, o que combina com o resultado da questão que abordava o perfil ideal de profissionais de Relações Públicas (29% dizem que é necessário ter um amplo conhecimento).
9 - 56% dos entrevistados afirmaram elaborar ações voltadas para a cultura, essa é uma flagrante adaptação das organizações à demanda por uma nova postura exigida pela sociedade. Atualmente, as pessoas estão mais conscientes de que responsabilidade social vai além do assistencialismo adotado por algumas empresas, se tratando de atividades que incentivem e valorize a cultura, o cuidado com o meio ambiente e respeito pela comunidade local e seus consumidores.
10 - 69% dos entrevistados trabalham em empresas que têm uma cultura participativa, o que é fundamental para o desenvolvimento de uma comunicação excelente. Empresas autoritárias, que não estimulam a participação de seus funcionários, representam somente 12% no resultado. Já 18% das empresas estão em fase de transição. Essa questão de cultura participativa está relacionada com a valorização do público interno discutida nesse trabalho, no sentido de que é necessária uma abertura por parte da organização para ouvir a opinião de seus funcionários para que o relacionamento transcorra de forma a trazer satisfação às duas partes.
A partir de tudo que foi relatado dentro destas três postagens podemos qualificar o verdadeiro valor das Relações Públicas, entrelaçado com a visão e os valores que nós damos a profissão, pela interatividade da regulamentação ou desregulamentação da profissão, agora sobre o quanto a profissão está ganhando espaço nas organizações, como pode mostrar a pesquisa realizada com 50 profissionais atuantes da profissão em organizações de todos os segmentos.
Espero ter colocado aqui um pouco da amplitude e do crescimento da profissão e o quanto devemos ainda trabalhar para a valorização das Relações Públicas.
6 comentários:
Parabéns pelo trabalho...é um material rico e muito importante para nós, ainda estudantes.
Abraço
Já salvei este texto, nao preciso ler nada do Grunig. Rico material. Parabéns Belle.
MATEUS
Muito legal a iniciativa. E são dados preciosos! beijos, Carol Terra (http://rpalavreando.blogspot.com)
Excelente! Já estou indicando o texto.
abraço
Priscila
Fico muito feliz que tenham gostado. Espero trazer mais pesquisas sobre nossa área com o tempo.
abraços,
Belle
(A Bordo)
Ótimo, Belle.
Realmente, são informações ricas. Quando as pesquisas vão além dos resultados objetivos/numéricos, ficam bem melhores para ler e entender.
Já tenho dito que vocês são o presente e o futuro das Relações Públicas! ;)
Beijo grande,
Lívia Brito.
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