Na década de 60 o professor Luiz Beltrão dava início a sua pesquisa sobre Folkcomunicação, tese que foi defendida em 1967 e a partir daí surgiu a primeira teoria brasileira de comunicação.
A tese afirma que a comunicação não se dá apenas pela grande mídia, mas também por todos meios que possam transmitir informações e esses meios são utilizados pelos chamados de marginalizados ou agente folk, ou seja, parte da sociedade que não está envolta da grande imprensa e que precisa de alguma forma se expressar.
Luiz Beltrão define Folkcomunicação como sendo um “conjunto de procedimentos de intercâmbio de informações, idéias, opiniões e atitudes dos públicos marginalizados urbanos e rurais, através de agentes e de meios direta ou indiretamente ligados ao folclore".
A teoria é tida como uma intermediação entre a cultura de massa e a cultura popular. Vendo que a cultura de massa é entendida como mass media e a cultura popular como manifestações populares que tem tanta importância como os meios convencionais.
O que era considerado folclore muda na contemporaneidade, assim como os marginalizados.
Atualmente a sociedade está em constante transformação, assim como a folkcomunicação que é considerada uma forma dinâmica de fazer comunicação e muda frequentemente, como temos uma sociedade heterogênea, cada membro encontra sua forma de opiniar, mostrar conteúdo e compartilhar conhecimento.
A internet trouxe um novo mundo e diversas possibilidades. Com o crescimento das redes sociais conseguimos deixar viva e expandir culturas populares e aproximar esse universo distinto que nos rodeia.
A Folkcomunicação estuda o processo da população marginalizada usa para se comunicar, e é uma avaliação ponderada daquilo que se transmite e tem o poder de explicar essa forma de comunicação alternativa a qual encontramos e usamos como refúgio.
Todos sabemos que as redes sociais estão modificando a forma de se comunicar grande parte do país já tem acesso a ela, assim como as organizações e os meios de comunicação de massa.
As redes socias são nada mais do que os conjuntos de procedimentos de intercâmbio de informações onde os considerados marginalizados possam se expressar!
Nesse processo alternativo o receptor deixa de ser passivo para se tornar ativo e usa a rede para propagar suas ideias e opiniões e é nesse ponto que a ligação com a teoria da folkcomunicação fica mais próxima.
Utilizamos as redes para fazer manifestações ativas, como por exemplo uma comunidade virtual de homossexuais ou afrodescendentes que acharam a sua maneira de ter voz ativa e deixar claro seus principios.
Nós, marginalizados, que não tínhamos como mediar e transmitir informações, seja ela vinda da sociedade ou da grande imprensa, através da folkcomunicação, que utiliza as redes sociais como canal ou meio para agir, podemos ter uma forma alternativa de fazer comunicação.
A Folkcomunicação está cada vez mais relacionada com as redes socias e podemos usar essa teoria para analisar sua influência e impacto nos meios convencionais.
Se você se interessou pelo assunto e quer continuar a bordo, veja o resumo do trabalho apresentado no GP Folkcomunicação no Intercom 2009 pelo Orlando Berti e Fábio Corniani.
9 comentários:
Bacana este post...não sabia da origem deste nome Folk ( que vergonha rsrsrs)....na verdade a história da comunicação possui um elo muito forte com as mudanças contemporâneas.
Abraços.
Que legal. Redes sociais é totalmente folkcomunicação, pois blog e twitter nada mais do que uma 'forma dinâmica de fazer comunicação e muda frequentemente, como temos uma sociedade heterogênea, cada membro encontra sua forma de opiniar, mostrar conteúdo e compartilha conhecimento.'
MATEUS
Interessante. E o melhor... achei o livro "Folkcomunicaçao: Teoria E Metodologia", por apenas 20 reais.
Hehehe.
Felipe
A sua percepção entre Folk e as redes sociais é muito interessante.
Eu pensei esse semestre em apresentar a iniciação científica da Metodista sobre folkcomunicação, acabou não tendo tempo, mas confesso que nunca ligaria uma coisa com a outra.
Agora vou gravar isso "A Folkcomunicação está cada vez mais relacionada com as redes socias e podemos usar essa teoria para analisar sua influência e impacto nos meios convencionais".
Abraços,
Cibele
Com a facilidade com que a informação é replicada hoje em dia, isso faz muito sentido.
Obrigada pelos comentários.
A Folkcomunicação, pelo menos no meu curso, não é muito explorada. Tivemos apenas uma aula sobre a teoria na matéria teorias da comunicação. E a partir daí comecei a me interessar pela teoria brasileira.
Belle, vc devia ter apresentado o trabalho,eu te ajudava, mas oportunidades não faltarão!
Não sei se todos puderam olhar o trabalho que foi apresentadono Intercom, mas quem puder leia porque realmente vale a pena!
Abraços,
Muito bacana o post!
Achei bem legal a relação entre Folkcomunicação e as redes sociais...
Vale chegar atrasada?..rs
Adorei o post, realmente muito interessante.
Não sei vocês, mas eu ODEIO o termo "cultura de massa".
É como ouvi em uma palestra do João de Simoni: a única massa a ser trabalhada é a massa encefálica, INDIVIDUALMENTE.
E quanto a este conceito de dinamismo na comunicação, é algo que está cada vez mais evidente...Tudo muda o tempo todo.
=D
Adorei o post...
hahahaha...gostei Natalya...essa sua observação da "massa encefálica"...ahahahah...realmente tem sentido...
É, uma pena, Line, tivemos apenas uma aula sobre...o assunto é tão interessante...
Beijos,
Daniele A Bordo.
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