Por Danilo Marinho
Século XIX, mais especificamente o ano de 1871, marcou o desmantelamento do regime de escravidão, do escravismo, com a Lei do Ventre Livre a construção de estruturas baseadas na igualdade política começou a se desenvolver. Foi dentro desse cenário que a hierarquia social encontrou refúgio e apoio sob a esteira de um discurso racial. E, nesse mesmo período, se introduziram as primeiras ideias de teorias e pensamentos até então desconhecidos, como o evolucionismo, positivismo e o darwinismo.
Essas mesmas ideias serviram de base para que se atentasse quando a diferença entre os homens tornara-se tema de debate e reflexão. Entretanto, sendo herdeira de uma tradição humanista, a diversidade tornou-se objeto central de estudo a partir do século XVIII, com os legados da Revolução Francesa, como as ideias que devemos ter acesso à mesma educação.
Nesse turbilhão de informações duas correntes marcaram o século XIX: de um lado a visão humanista, outro legado deixado pela Revolução Francesa e de outro, uma reflexão sobre as pequenas diferenças existentes entres os homens. Esta segunda corrente, mais adiante, se tornaria também influente e determinaria características genéticas, aptidões intelectuais e inclinações morais como elementos fundamentais para se estabelecer a diferença entre os homens em civilizados ou selvagens.
Pressupor a liberdade e a igualdade como elementos naturais levaria a determinação de uma unidade do gênero humano. Isso não era o que os teóricos da época queriam provar. Nesse caso, poderemos concordar que levar em consideração o tratamento homogêneo entre os homens seria um tanto radical. Mas, tomar esses preceitos como verdade, também nos levaria a um fim trágico.
O que mudou hoje? Em pleno século XXI, as pessoas mudaram, as organizações se transformaram e determinados conceitos e paradigmas foram quebrados. No âmbito organizacional esse tema tem se tornado de total relevância.
A de convir que é essencial a gestão de relacionamento que tenha em suas bases a formação inevitável de grupos e a construção de processos comunicativos que atendam as expectativas de seus públicos. No entanto, as maiores falhas nas organizações são negligenciar a diversidade cultural presente, tentando tornar a comunicação como algo unificado, visando atingir aos seus públicos de interesse simultaneamente.
O fenômeno da globalização impôs esse direcionamento mais unívoco, colocando todos públicos numa mesma escala de valores e crenças. Seus resultados seguramente não são dos mais convincentes. A gestão estratégica desse “novo” elemento (diversidade cultural) no Brasil, um país marcado pela miscigenação, é prioritariamente respeitar a pluralidade dos indivíduos.
O ser humano em sua complexidade é o grande diferencial em que as organizações poderiam investir. Estar atento as mudanças, no ambiente de trabalho, adaptando-os ao cotidiano organizacional, transformando em hábito posturas advindas da própria diversidade cultural.