sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Mais sobre Relações Públicas [parte 2]

Por Vitor Balan

Continuação do post “Mais sobre Relações Públicas [parte 1]



No Brasil, no mesmo ano em que Ivy Lee trabalha a imagem de Rockfeller, é instituído o 1º Departamento de Relações Públicas da São Paulo Light – Serviços de Eletricidade.
Apesar desse fato, as Relações Públicas começam a se desenvolver em solo brasileiro a partir da década de 40 e, principalmente, em 1951 com a instalação da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, no Rio de Janeiro.
As indústrias de base têm forte importância para as Relações Públicas porque eram empresas de economia mista e, consequentemente, reunia o interesse de vários públicos.
O contexto político do Brasil nessa época é marcado, portanto, pelo conflito de classes (operários que se sentiam explorados e empresários que viviam desconfiados, com medo da “traição” de seus funcionários).
Getúlio Vargas, portanto, percebe a importância de harmonizar interesses bilaterais e o faz com forte legislação (férias, salário mínimo, décimo terceiro salário e etc). Nessa época, cria o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) a fim de difundir o getulismo, perpetuando o poder.
Ao analisar o contexto histórico das Relações Públicas no Brasil é importante fazer uma pausa para refletirmos como o nosso país desenvolveu as práticas da nossa profissão juntamente com os Estados Unidos e países da Europa.
Eduardo Pinheiro Lobo institui o primeiro departamento de relações públicas em 1914, mesmo ano em que Ivy Lee começa a trabalhar a imagem de Rockfeller nos estados unidos. A Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP) foi fundada em 1954, mesmo ano em que são fundadas as associações italianas e holandesas e dois anos antes da fundação da Associação Germânica de RP.
Fiz tal pausa para reconhecermos os esforços dos profissionais presentes na história brasileira da nossa profissão.
Após o exposto, podemos voltar ao objetivo desses posts sobre história das Relações Públicas: refletir sobre a forte relação que a nossa profissão tem com a política e com a imprensa.
Na psicologia, os componentes básicos para formar a predisposição interna de um indivíduo para avaliar determinado objeto de forma favorável ou desfavorável são: cognitivos, afetivos e comportamentais. Ou seja, crenças, informações, emoções e experiências passadas ligadas ao objeto são os componentes que norteiam nossa percepção sobre determinado aspecto.
Entender a evolução histórica da profissão, portanto, nos ajuda a compreender algumas percepções da opinião pública sobre a atividade de Relações Públicas, pois nos apontam os componentes usados por ela para tal percepção.
O panorama americano e brasileiro nos mostra porque nossa profissão está tão ligada à imprensa e à política (principalmente, no caso dos EUA) e à administração pública e governo (principalmente, no caso do Brasil). Um jornalista (Ivy Lee) é o pai das Relações Públicas que, desde cedo foi explorada por políticos na perpetuação do poder e manipulação de informação.
Cada vez mais, nós (relações públicas) estamos caminhando para a posição de gestores de relacionamentos e da comunicação democrática e inclusiva, Mas, não podemos fechar os olhos para o preconceito que existiu contra o profissional de Relações Públicas.

2 comentários:

Ocappuccino.com disse...

Atualmente não falo em preconceito, mas em desconhecimento das RRPP. Mas como podemos perceber estão valorizando mais o papel estratégico da profissão. E isso faz parte deste processo de amadurecimento.

MATEUS

A Bordo da Comunicação disse...

Bom, eu vejo sim um certo preconceito, não que seja um grande problema, sei que a profissão está sendo cada sia mais valorizada, mas como o Professor Fábio França falou no diálogo Aberje Universitário que participei na última quinta, nós de RP nos sentimos 'menor', isso não pode acontecer, somos todos comunicadores e temos que nos sentir capazes.

Abraços,
Belle