sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Oclumência um site de sucesso » Homenagem de uma fã

Por Cibele Silva

Não existe receita de bolo para se ter um bom site, o que conta mesmo é a criatividade, o empenho e a versatilidade de quem está tocando o negócio para frente, linguagem fácil, permanente interação com os visitantes, Responsabilidade entre outros fatores.

Um dos grandes desafios dentro do marketing digital é encontrar maneiras eficientes de gerar conteúdo de qualidade. Além da frequência e relevância, é fundamental que ele esteja de acordo com os anseios de seu público-alvo.

No post de hoje trago um ótimo exemplo de sucesso e interatividade com o público. Um site que tem as melhores notícias sobre a saga Harry Potter.

É a homenagem de uma fã, não somente do Harry Potter, mas do site que gosto demais que é o Oclumência.

Eles completam 5 anos esse mês e pelo ótimo trabalho realizei uma entrevista com o garoto Enock Carvalho de 17 anos, fundador do site.


Como surgiu a idéia de montar o site?

O site surgiu quando eu tive a intenção de participar também da divulgação das notícias da série no Brasil. Eu havia percebido que a internet era um espaço amplo para isso, e os sites que eu já havia conhecido não davam conta da necessidade dos fãs. Foi então que o Oclumência surgiu.


O marketing digital é uma estratégia, o Oclumência é atrativo, vocês tem retorno financeiro com o site?

O trabalho produzido no Oclumência é totalmente fruto de todos da equipe, que se esforçam juntos sem fins lucrativos. Todos nós temos em mente que o site nos ajuda a exercitar várias áreas como Português, Inglês, Comunicação, Marketing, Administração e etc. Somos bem reconhecidos e a equipe se orgulha muito de como é tratada pelos visitantes.

A Internet não é um veículo de divulgação eficiente como são alguns meios de comunicação de massa convencionalmente, mas o Oclumência vem mostrando o seu potencial e divulga muito bem o Harry Potter, pode me descrever como a equipe chegou este aspecto de comunicação e interação com o público?

Percebemos que os fãs, sejam eles de qualquer série, têm o hábito de repassar entre si links e informações. Procuramos então atuar através das redes de comunicação social mais visitadas, tais como Twitter e Orkut, mantendo assim uma relação próxima e fácil com os que nos acompanham com frequência. Hoje em dia considero prático divulgar uma novidade do site simplesmente através de uma atualização no twitter, que segundos depois é publicada no Orkut por algum visitante e assim é propagada entre eles.


Vejo que vocês estão sempre no twitter, entro no site e vejo mais de 300 pessoas on-line, dentre tantos sites, como vocês ganharam o confiança do público?
Ganhamos a fidelidade por sermos prestativos e eficientes. Atendemos a muitos pedidos e também somos bastante próximos dos visitantes, e isto faz total diferença, uma vez que estamos servindo a eles. Temos fontes seguras de informações e nos esforçamos para trazê-las aos visitantes das melhores maneiras, agradando-os com nossa exclusividade.

A comunicação é essencial para o sucesso na internet, quando vocês começaram, não tinha muitas redes de relacionamentos, como vocês divulgavam o trabalho?

Divulgávamos entre nossos afiliados e procurávamos enviar dicas de nossas notícias para a maior quantidade de sites possíveis.


Vocês tinham dimensão do que o Oclumência ia se tornar quando começaram?

Não mesmo. Era um projeto que não tinha visão de futuro. Mas, de alguns anos pra cá, vimos que o site estava se tornando imenso e começamos a pensar mais estrategicamente.

 
Além das fotos e das matérias, vocês também tem o blog, o fórum, o podcast, como é designada as tarefas entre vocês? Quem faz as divisões de tarefas?

Eu sou encarregado de toda a parte estrutural do site, assim também como da comunicação e planejamento. Além disso, coordeno junto com Gustavo Prado, Thiego Novais e Caio Vinicius a publicação de notícias. Fica também a cargo nosso a comunicação através do Twitter. A Aline Quadros coordena o conteúdo. Verônica Petrelli e Aline Rodrigues escrevem ótimos artigos pro site e também são responsáveis pelo Podcast.

 
Vocês têm algum plano de comunicação para respostas e contato com o público, principalmente pelo twitter? Qual é a mídia que vocês têm ‘movimento’ em perguntas?

O twitter é um espaço em que deixamos um pouco a seriedade de lado. É um lugar que consideramos para descontração, então, algumas coisas são ditas abertamente. É também nosso principal lugar para avisos... ou seja, várias vezes as notícias são antecipadas no Twitter. É uma maneira de atrair os fãs de forma que quando a notícia seja publicada, já tenhamos gente procurando por ela.

 
Vi que vocês adotaram o formspring o que acham desta ferramenta e o que pode agregar para o visibilidade de vocês?

A ferramenta vai aproximar ainda mais os visitantes com o site e também com a equipe. O espaço está disponível pra perguntas sobre os membros da equipe e das novidades do Oclumência.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Relações Públicas no Brasil » Minas Gerais

Por Pedro Sousa

Pedro Souza Pinto é graduado em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas pela UFMG. É um dos criadores do grupo Horizonte RP e atualmente trabalha na Assessoria de Comunicação da Fundação Municipal de Cultura de BH.




Para falar sobre o mercado de RP em Minas temos poucos dados objetivos, tais como pesquisas sobre ocupação de vagas ou médias salariais. Por isso, este texto deve ser tomado mais como minha impressão pessoal, formada pelo contato frequente com profissionais e estudantes, e portanto não deve ser tomado como um retrato exato do mercado por aqui.



Começo pela área acadêmica. Belo Horizonte concentra a maioria dos cursos no estado. Segundo o site do MEC, são 6 faculdades atualmente na cidade: UFMG, Fabrai, Newton Paiva, Uni-BH, UNA e PUC, esta última com turmas em dois campi diferentes. Além delas, há também cursos em Uberlândia (Escola Superior de Comunicação, Marketing e Administração), Conselheiro Lafaiete (Faculdade Veredas), Caratinga (FIC – Faculdades Integradas de Caratinga) e Uberaba (Uniube – Universidade de Uberaba), todas oferecendo o bacharelado.



Observando as grades dos cursos, fica claro que não existe exatamente um acordo sobre a identidade do profissional que será formado. Apesar de terem muitos pontos em comum, cada faculdade dá mais ênfase sobre uma ou outra função (como planejamento, eventos ou comunicação empresarial), e há ofertas de disciplinas em algumas que não existem em outras. Isto obviamente se reflete no perfil do egresso, bem como na maior ou menor facilidade dele ocupar diferentes nichos do mercado.



No interior, o mercado parece ser ainda mal informado sobre o potencial dos recém-formados. É comum que as pequenas empresas, predominantes na região, não possuam uma área de comunicação, ou que esta seja responsabilidade de pessoas nem sempre formadas na área. Isso gera descontentamento por parte dos egressos e, por conseqüência, constantes boatos sobre o fechamento de cursos ou turmas por falta de demanda.



Já em Belo Horizonte, assim como em algumas cidades maiores, tem havido uma abertura crescente para os profissionais formados em comunicação exercerem suas funções. Temos visto o número de vagas crescer, bem como sinais positivos para aqueles que se aventuram como autônomos ou buscam mercados específicos (como o de eventos culturais ou o terceiro setor, para citar exemplos mais comuns).



Mas, para quem acredita que as oportunidades para a profissão estão concentradas no Sudeste do país, aviso que ainda há diferenças bastante significativas de MG especialmente com relação a RJ e SP. Minas não concentra grandes indústrias e sedes de empresas da mesma forma como SP e RJ. Os anúncios de vagas e a movimentação de mercado deixam clara a desproporção da demanda por profissionais da área na região. Além disso, enquanto esses dois estados oferecem diversos cursos, palestras, e grandes eventos que discutem a comunicação empresarial e organizacional, em MG é muito raro termos algo semelhante. Tudo isto gera um cenário interessante: os mineiros têm acesso a muitas oportunidades, mas uma grande parte delas está nos estados vizinhos, para onde vários profissionais acabam se mudando.



Quanto a salários, não é possível dizer um valor ou mesmo uma média com exatidão. Nossa profissão não possui piso, pois não temos em MG um sindicato, que seria o órgão responsável por estabelecê-lo. Em BH, vejo como mais comum para o início de carreira algo em torno de R$ 1.300,00. Uma formação avançada, além da experiência profissional, pode garantir de R$ 5.000,00 a R$ 7.000,00, ou mais em alguns poucos casos.



Além do sindicato, também não existe uma associação específica da profissão em MG. BH já sediou uma seção da ABRP até o começo desta década, mas problemas internos fizeram com que fechasse as portas. O Conrerp 3ª Região possui sua sede em BH, mas sofre dos mesmos problemas que os demais membros do Sistema Conferp: estrutura insuficiente para atender a uma região enorme (MG, BA e ES), baixíssimo número de registrados, baixa credibilidade diante dos profissionais e dificuldade para mobilizá-los. Tudo isso sinaliza algo que eu considero problemático para a profissão aqui em MG, que é o baixo interesse dos profissionais pelo associativismo - seja qual for o seu formato – para promover a formação continuada e o desenvolvimento do mercado.



De um modo geral, o mercado em MG parece estar ampliando sua percepção sobre as habilidades de um profissional de RP. Ainda existem casos que associam a profissão principalmente a estereótipos como “promotor de eventos”, mas isso tem diminuído diante da importância que a comunicação organizacional vem adquirindo. O profissional tem sido mais valorizado e visto como alguém com visão estratégica. Mas é importante dizer que o mercado também tem valorizado a comunicação como um todo, sem preocupações com divisões em habilitações. Portanto, da mesma forma que as oportunidades para RP parecem aumentar, também aumenta a concorrência com os demais comunicadores que demonstram competência para as funções.



Mas creio que as vagas de comunicação hoje ocupadas são apenas a ponta do iceberg. Ainda há muito para se explorar em MG. Os RPs com iniciativa que compreenderem que podem exercer a profissão não importa o tamanho e tipo da organização, ou o nome do cargo, certamente terão uma grande possibilidade de inserção no mercado.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A dificuldade em ser Relações Públicas

Por Marcia Ceschini


Não, este não será um artigo de choramingos sobre a profissão. Mas uma constatação. Ser Relações Públicas é difícil em Pernambuco, em Porto Alegre, em Curitiba, em São Paulo, em Araraquara  e até mesmo nos “cafundós do Judas”.

Primeiro vem a dificuldade de conceituarmos,  dizermos o que é nossa profissão, depois a dificuldade da empresa entender a necessidade de ter um profissional RP. Mesmo com todo avanço da comunicação, nós profissionais e estudantes de RP nos deparamos com várias dificuldades.

Esse “privilégio”de desconhecimento e dificuldades é independente do tamanho da empresa e área de atuação. Está ligado ao modelo de gerenciamento adotado e as definições de prioridades na empresa.

Ora, se a empresa não liga para o relacionamento com seu público como é que saberá que necessita da prática de nossos conhecimentos? Como que essa empresa terá consciência que precisa valorizar e investir no seu capital humano? Como que essa empresa atuará com um marketing competitivo?

É exatamente neste momento que ser Relações Públicas fará toda a diferença. Crie um plano com pontos forte e fracos, mostre a necessidade de atuar mais próximo aos públicos que a compõem. Passe pelos departamentos da empresa colhendo informações que mostrem estatisticamente que seu trabalho renderá bons resultados.

Aproveite a macro visão que nossa formação possibilita e crie saídas para problemas na empresa em que trabalha, mesmo que não tenham solicitado ou tenham se dado conta que tais problemas existem e podem ameaçar o futuro da empresa.

Não importa onde ou em que situação esteja, seja um estagiário ou um profissional que faz a diferença. Sua moeda de troca é seu conhecimento e sua pró-atividade.

Quando se queixar que é difícil ser RP, pense nas oportunidades que temos. E lembre-se que um dia sempre pode ser melhor que outro, tudo depende do nosso esforço e interesse.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

“Maestros de reunião”?

Por Adriane Filenga



Essa semana, li uma matéria da Revista você s/a, edição fevereiro de 2010, que me chamou a atenção, até porque, conhecia a atuação, mas não sabia que havia se tornado uma profissão. “As empresas estão contratando condutores de reuniões.”, diz Ana Paula Kuntz, nesta matéria, nos mostrando mais uma oportunidade de mercado.

Quantas vezes já participamos de reuniões que nem sabíamos ao certo o que seria tratado, éramos surpreendidos com alguns problemas apresentados na hora, todo mundo falava ao mesmo tempo, demorava um tempão pra acabar, e por fim, ninguém sabia ao certo de que aquela reunião teria adiantado. É para acabar com isso, que surgiu o maestro de reunião.

Estes profissionais, conhecidos também como facilitadores, vão além de simplesmente mandar um aviso sobre a reunião, fazer um roteiro para discussão e depois mandar a ata para todos. Eles têm “conhecimento específico em liderar discussões e técnicas de gestão de tempo (...).” Eles são responsáveis por “evitar que as pessoas cheguem à reunião sem saber da pauta, por manter o foco do debate e por garantir que todos saiam do encontro com atividades definidas.”

Uma das coisas que este profissional faz é consultar os participantes sobre suas necessidades e estabelecer um tempo fixo e não mais do que suficiente, para que todos possam expor suas idéias, sem se prolongarem demais, o que atrapalharia e atrasaria as atividades de cada um. “Estimule os mais tímidos a expor seu ponto de vista, convidando-os a falar diretamente. E seja firme para controlar o entusiasmo dos mais falantes.”, diz Ana Paula. Isso é extremamente importante, pois é comum ocorrer de alguns falarem muito e não ajudarem em nada, e os mais tímidos terem alguma idéia maravilhosa e não conseguirem espaço para falar.

Lembrando que estas reuniões podem ser tanto com os funcionários da organização, com os fornecedores, e até mesmo com os clientes, mostrando que com certeza pode ser mais uma atuação para os Relações Públicas, bastando fazer o treinamento.

Como a própria Ana Paula afirma, algumas das técnicas utilizadas por esses maestros corporativos podem parecer óbvias; porém, nem sempre são lembradas ou realizadas, por inúmeros motivos. Algumas das empresas que já adotaram estes mediadores são Pão de Açúcar, Colgate e KPGM.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Jogos Olímpicos de Vancouver 2010 e os Desafios das Mídias Sociais

Por Jéssica Lima

A estudante de Relações Públicas da FECAP, Jéssica Lima, trabalha na agência Pólvora na área de Planejamento e Marketing. Hoje ela inicia na equipe do A Bordo da Comunicação.


Todos nós sabemos da beleza que o Canadá tem a nos oferecer, mas como eles podem aproveitar os Jogos Olímpicos de Inverno de 2010 em Vancouver para atrair mais turistas?
O turismo é uma das principais fontes de renda do Canadá. O país é o quinto mais visitado por turistas estrangeiros.  Mas com a chegada das Olimpíadas de Inverno surge uma nova oportunidade para eles propagarem a sua cultura pelo mundo afora de uma maneira diferente.

Segundo a Reportr.net os canadenses decidiram inovar!  Reformularam a sua mensagem para “vender” o país e assim, fazer que os turistas voltem ao Canadá.  Estamos falando de uma ação de longo prazo e não só para os turistas que estão no Canadá por causa dos os Jogos Olímpicos.
Hoje a nova mensagem é bem simples: “Não espere, venha para o Canadá agora e prepare-se para pular na aventura da sua vida.”

A inovação mudou a maneira de enxergarmos o Canadá.  A colunista do Vancouver Sun, Daphne Bramham, fez um pequeno vídeo chamado Marketing the 2010 Winter Olympics  refletindo sobre a BC (British Columbia) e as autoridades de turismo locais que estão tratando os Jogos Olímpicos de Inverno de 2010 como o maior anúncio da história canadense.

Uma das ações propostas pelas autoridades canadenses para divulgar essa mensagem, foi convidar alguns atletas e seus familiares para se hospedarem com uma família canadense. Eles também estão utilizando muito bem a internet e as mídias sociais, por exemplo, a Vancouver Sun selecionou 52 atletas canadenses para tuitar
durante o evento falando das suas sensações em participar dos Jogos de Inverno Vancouver 2010. Tudo isso para “vender” o espírito canadense.

Um dos aspectos mais interessantes nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2010 em Vancouver é o papel dos meios de comunicação social.
As mídias sociais estavam presentes nos Jogos Olímpicos de Pequim, mas esta é a primeira vez que é implantado em um regime livre e democrático. Há boas razões para esperar que a experiência olímpica seja transformada pela presença da mídia social, pois ela já mudou o processo de planejamento olímpico.

Com tanta exposição esses grandes eventos tendem a serem rigidamente controlados. A cena do acidente que levou a morte do atleta Nodar Kumaritashvili(21), levou apenas algumas horas para se espalhar, o COI até exigiu a exclusão dele do YouTube, mas não adiantou muito.

Nas palavras de Dan Gillmor, o Comitê Olímpico está tentando acomodar meios de comunicação social, mas ainda não tem profissionais preparados. Juntamente com os jornalistas profissionais em Vancouver e Whistler, haverá dezenas de independentes e jornalistas "cidadãos". Sem dúvida, muitos estarão usando blogs como uma plataforma de publicação para o jornalismo.
Um concreto exemplo é a "W2's House Media” no centro de Vancouver. Ela vai disponibilizar recursos e apoio para os jornalistas independentes e blogueiros que estão cobrindo os Jogos de Inverno. Há probabilidade de ser uma riqueza de meios provenientes de fãs capturarem a ação em seus celulares ou compartilhar suas impressões sobre blogs, Facebook ou Twitter.

O Comitê Organizador de Vancouver, VANOC, também se ramificou para o YouTube, Twitter  e Facebook, reconhecendo o papel crescente dos meios de comunicação social. Em entrevista à CBC Vancouver, o COI foi questionado sobre sua abordagem com a mídia, segundo eles blogs é uma expressão pessoal e não jornalística. Depois dessa declaração, não tenho mais dúvidas que as mídias sociais vieram para ficar, Vancouver 2010 se tornou o evento mais abrangente e com mais diálogo.

Vancouver 2010, África do Sul 2010 e Singapura 2010,  três grandes eventos que estão e vão concretizar ainda mais a força das mídias sociais.
Infelizmente, essa nova mensagem do Canadá não chegou tão forte para nós, mas também com tanto carnaval e calor alguém pensou em Olimpíadas de Inverno?
Vancouver 2010 é a ponta do iceberg, a nova mensagem do Canadá vai perpetua por um bom tempo, hoje vejo que não houve um interesse por parte do Canadá em expandir essa nova mensagem para os países “quentes”, mas logo mais com certeza seremos atingidos.

Vancouver 2010 teve muitos erros por parte da organização, mas de qualquer maneira, sediaremos dois grandes eventos nos próximos anos e algumas das ações e atitudes do Canadá devem nos servir de inspiração. 

Confira um dos vídeos da campanha:



quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Blogs Corporativos como Comunidades Temáticas

Por Anamaria Oliveira

Continuando a série sobre Blogs Corporativos, hoje vamos falar sobre o uso do Blog Corporativo como alavancagem de Comunidades Temáticas. Para quem chegou agora e quiser acompanhar a discussão, convido a ver os posts anteriores; Blogs Corporativos de Gestão de Projetos, Blogs Corporativos de Relações Públicas e Relações Públicas 2.0 - Blogs Corporativos

Para começar, que tal falarmos do que se trata efetivamente uma comunidade?

O sociólogo Ferdinand Tonnies (1855-1936) definiu comunidade como uma vontade orgânica, oculta e institiva onde o sentimento de “pertencer” a determinado grupo de pessoas é acima de tudo, auto-gratificante.

Já o sociólogo polonês Zygmunt Bauman em 2003 afirmou que, antes de tudo, a palavra comunidade guarda sensações, sugerindo coisas boas e “um lugar confortável e aconchegante” onde “estamos seguros”, “não há perigos ocultos”, “todos nos entendemos bem”, “nunca somos estranhos entre nós” e “podemos contar com a boa vontade dos outros”.

Para Clair Vieira de Moraes, consultora do Programa Nacional de Apoio à Modernização da Gestão Administrativa e Fiscal dos Municípios Brasileiros - PNAFM, as comunidades temáticas criam oportunidades para que os participantes possam expressar idéias sem sofrer censuras, organizá-las em dados e, em seguida, transformá-las em informação, gerando assim um resultado lógico. Para saber mais sobre esse projeto, veja “Para FGV, comunidades temáticas são solução para aproveitar diferenças entre as prefeituras”.

A partir desses pontos de vista, soma-se a explosão da Internet como agente de potência ilimitada para conectar pessoas com interesses comuns estimulando-as a disseminar e compartilhar informações, experiências, anseios, reputações, problemas, soluções, etc.

Somente no Brasil, de acordo com o vídeo da Agência Click publicado no final de janeiro de 2010, somos o 4º país no mundo onde se lê mais blogs, sendo que cerca de 2.600.000 blogs são atualizados todos os dias. Comunidades online antes observadas somente para público relacionado a tecnologia, Clube do Hardware, Comunidade Microsoft Brasil, agora estão atendendo a cada dia novos e novos nichos. Do mercado financeiro Dinheirama.com aos moradores de rua Ruas Digitais, dos amantes da culinária Receitáculo.com aos fãs da vida de solteiro Diário de Solteiro.

Diante disso, empresas começam a investir em blogs altamente especializados objetivando atingir determinados nichos com intuito de informar, aproximar e engajar tais públicos, promovendo mobilização em torno de temas intimamentes ligados à sua estratégia e apoiadas no fenômeno cada vez mais reconhecido da Cauda Longa.

Esse é o exemplo do Blog ReGeneration, iniciativa da Dell para a comunidade voltada à preservação do meio ambiente, com objetivo de propagar práticas sustentáveis que ocorrem em torno do mundo e como estas podem ajudar mudando os seus hábitos.

O blog reúne recursos de colaboração, como as ferramentas de controle de atualizações “RSS” e de associação de palavras-chave. Outro destaque é o “O que significa verde para você?” Incentivando os visitantes a escreverem suas idéias e opiniões a respeito do tema.

Outro case, é o brasileiro Blog Comunidade Banco do Planeta, mantido pelo Banco Bradesco. O blog também permite a interação dos usuários ao redor do tema Sustentabilidade e Meio Ambiente, tema este que está ligado intimamente à sua estratégia de fortalecimento da imagem institucional.

Como vimos os Blogs Corporativos como Comunidades Temáticas podem ser utilizados por organizações de forma estratégica, mas é sempre válido reforçar as fases de planejamento e construção de governança adequada ao blog, assim como deixar extremamente claro ao visitante quais são os objetivos e políticas do mesmo.

E vocês o que acham? Quais outras iniciativas de blogs corporativos como comunidades temáticas vocês acham interessantes? As empresas tem deixado claro os objetivos de ações como essas?

Continuaremos a série sobre blogs corporativos falando sobre “O blog da Liderança”. Até lá!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A PROPAGANDA E O CARNAVAL

Por Natalya Nunes



Carnaval é tempo de folia! É tempo de pular, dançar, comemorar, viajar e, principalmente VENDER!
 
Muitas pessoas criticam a propaganda pela ‘banalização’ de alguns feriados. Elas dizem que o capitalismo acaba com o ‘verdadeiro espírito’ das coisas. Em feriados religiosos como o Natal e a Páscoa é que essas críticas atingem seu ápice. Daí ainda tem o dia das mães, dos pais, das crianças, dos namorados, e por aí vai. Mas, e o carnaval?
 
Carnaval é a época do ano feita para comemorar, ser feliz, se esbaldar. Ou seja, época de pegar carona nas alegorias e vender a fantasia de felicidade.

Partindo desse ponto, começa a corrida das empresas para patrocinar o maior e mais importante evento cultural do país, afinal, todas as marcas querem ser responsáveis por proporcionar essa fantasia ao seu público.
 
O carnaval de Salvador, por exemplo, no ano de 2010 teve um aumento de 41% no valor de seu patrocínio e, no carnaval do Rio de Janeiro e de São Paulo, as escolas de samba possuem várias empresas que patrocinam os seus desfiles. A Rede Globo, que conta com três patrocinadores para a cobertura do carnaval - Bradesco, Schincariol e TIM.
 
Não podemos negar que a transmissão dessa festa atinge um público muito grande, portanto, as empresas enxergam muitas vantagens em financiar esses eventos, mas, como falamos de propaganda, soa melhor dizer que o preço que as empresas pagam é compensado ao ver a tamanha diversão dos foliões e não em saber que seu lucro aumentou expressivamente.
 
Quem não gostaria de ir para a folia no carnaval de Pernambuco depois de ver essa propaganda?

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Resultado do sorteio do livro Avaliação em Comunicação Organizacional

Por Equipe A Bordo da Comunicação

No dia 08 de fevereiro começamos uma promoção para sortear o livro Avaliação em Comunicação Organizacional de Gilceana Galerani
As inscrições fora realizadas no post - Sorteio » Blog A Bordo.

Nestes 5 dias obtivemos 63 inscrições.
E é com prazer que divulgamos a ganhadora:
Bruna Teixeira - @bteixeira

A imagem abaixo mostra a tabela de inscrição o número da Bruna e o número que o Randon.org sorteou.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O Social da Mídia

Por Camila Carrano e Cibele Silva

 
Atualmente as mídias sociais estão fazendo parte de temas em diversas palestras e eventos na área de tecnologia e comunicação. Na última semana, ocorreu a Social Media Week  que é uma conferência que acontece simultaneamente em múltiplas cidades ao redor do mundo, e este ano teve sua primeira edição no Brasil.
 
O tema foi  Mídias sociais e uma sociedade conectada: explorando o impacto na cultura, nas comunicações de negócios e na sociedade como um todo. Aproveitando o momento, o Blog Abordo teve um bate papo com um dos conselheiros do evento a respeito do assunto. Gil Giardelli (@gilgiardelli) é mediador do blog Um olhar sobre a humanidade 4.0  e Gil Giardelli 4.0 . Especialista no Mundo.com, possui mais de 10 anos de experiência na era digital. Além de palestrante em diversos eventos, Gil é co-fundador da Gaia Creative, Justmail do Board da Amanaie e Startupi e coordenador de cursos na ESPM de Ações Inovadoras em Comunicação Digital e Startups.  

De onde surgiu a ideia de fundar a Gaia Criative? Foi uma oportunidade gerada pelo momento atual no qual estamos caminhando rumo a web 4.0 ou realmente foi uma antevisão de mercado, ou seja, uma previsão de que iria surgir uma demanda para gestão de redes sociais na web?

Na verdade “redes sociais” é mais um jargão que daqui a pouco vai estar ultrapassado. Teve o fenômeno da web 2.0 , depois o atual fenômeno das redes sociais, ano que vem terá outro nome, e o que está importando é o relacionamento, é utilizar a web como relacionamento. Eu já tenho uma empresa há 10 anos sobre relacionamento digital, nós que trouxemos o conceito de inteligência digital para o Brasil, que usamos esse jargão primeiramente, dai no começo do ano passado percebi que começava uma demanda para fazer relacionamento utilizando também as redes sociais. Então a Gaia Criative é uma empresa que faz redes sociais, mas na realidade é uma empresa de relacionamento, se o cliente quiser video por video, áudio por áudio, texto por texto, redes sociais por redes sócias, mobile por mobile, email marketing por email marketing, enfim, utiliza todas as vertentes de comunicação. Gaia Creative no final não tem nada a ver com tecnologia, a gente é gente em qualquer lugar, a gente nasceu para se relacionar. A Gaia então é uma empresa de relacionamento.  


Qual o papel das mídias socias na web 4.0? Será o que você denomina de Humanidade 4.0?

Na verdade eu tenho uma tese que a primeira humanidade , a 1.0 foi a agrícola, a segunda humanidade foi a industrial, a terceira humanidade foi tecnológica, a quarta humanidade é a cyber espiritual e acho que já passamos dela,  estamos na quinta, que é a humanidade da democracia dos produtores de conteúdo, onde as pessoas brevemente, talvez demore uma década - um pouco menos ou um pouco mais - mas as pessoas vão se auto organizar através da internet e vão fazer ações fora dela.  Então recentemente estamos vendo o projeto Refresh Everything que é o projeto da Pepsi, que é uma rede social que foi lançada que te dão prêmios se teu projeto for bacana. Tem também o projeto Seti at Home de computadores em redes voluntárias, computadores caseiros tentando achar vida inteligente extraterrestre, enfim tem uma série de ações agora que as redes sociais (seja o que for) nos tornaram simplesmente agentes de mudança. Estamos começando a ter um poder aonde poderemos fazer que um livro seja bom, seja lido, onde poderemos mudar os políticos, onde poderemos mudar as pessoas, onde poderemos mudar o mundo. É nisso que eu acredito. 


Como funciona a participação das mídias sociais no âmbito da Sustentabilidade? Quais as formas de viabilização que são realmente factíveis, pois ouvimos falar de várias iniciativas e projetos, mas não existe alguém que confere, acompanha e documenta. Você acha que os resultados são efetivos?  

Nesse ponto concordo com você, pelo número de empresas que está dizendo que vai plantar X de árvores para diminuir seu impacto de CO2, daqui a pouco vai ter uma floresta no mundo inteiro. 
Então eu concordo que existe ai talvez algumas pessoas que estão usando dessa comunicação na bandeira de sustentabilidade para tentar se passar que estão fazendo a coisa boa. Mas eu acho que esse processo de greentech, tecnologia é o processo que  faz com que as pessoas vão se conscientizar de pequenas iniciativas que podem fazer grandes mudanças. Como o projeto dos Indios Online  , através desta rede estamos criando inclusão social e digital, e mas também está ensinando para as pessoas que existem formas de viver no mundo, aonde dá pra viver junto da floresta. Isso que eu acho bastante bacana.


Um exemplo, quando entramos no Abordo e clicamos na tag de sustentabilidade percebemos bastantes comentários, pois é um tema que as pessoas gostam bastante. Então  pode ser que uma empresa  não esteja fazendo ações de sustentabilidade, mas só por ela falar é válida porque as pessoas colocam na cabeça que é importante. É isso?

Eu acho uma evolução das empresas começarem entender, parafraseando David Iocke, ou você parte do problema ou você parte da solução. Então o problema de ser sustentável. É como, por exemplo, porque agora que tem tantas proibições de cigarros tem tantos jovens fumando, porque existe o risco do futuro. Cuidar do planeta vai ser uma questão de cuidar da casa que a gente vive, e as empresas com as forças das redes sociais vão ter que se tornar verde, porque senão vão começar a perder clientes.  
A mudança vem no final porque está envolvendo dinheiro. Quer um exemplo, tem um site que se chama GoodGuide  , que é o bom guia, é feito pelo Wallmart   que estava sendo acusado de ser uma empresa que causava danos sócias quando chegava em um determinado lugar, e montou o bom guia para saber que o produto deles gera emprego, gera sustentabilidade. O wallmart mudou sua forma de pensar, temos que dar o direito das empresas e pessoas mudarem. Outro exemplo, a Petrobras foi considerada a empresa brasileira mais sustentável do país, por uma equipe internacional, acho interessante quando uma empresa de petróleo, que até uma década atrás era a que mais poluía, começa aplicar processos para ser sustentável.  


O papel dos profissionais de comunicação, no caso os de Relações Públicas na Web 4.0 não será o mesmo que conhecíamos até pouco tempo. O que deverá (deve) mudar no perfil do profissional que pretende exercer a função de mediador dos diversos tipos de canais de comunicação que existirão na internet? As estratégias das comunicações digitais estão mudando muito rápido, como poderia ser essa adaptação dos profissionais de comunicação?

Eu acho que os profissionais de relações públicas são os mais situados para navegar bem nessa nova era do mundo da comunicação, porque a essência de vocês chama relações públicas e a internet não é nada mais que um grande palco de relações. Então temos que começar a enxergar a internet como uma fogueira onde amigos se reúnem para tocar violão. Acho que Relações Públicas é o que toca o violão, que anima as pessoas que fazem com que elas conversem se confraternizem. 
O novo perfil do profissional de RP vai ser como você que faz um belíssimo blog, mas também uma pessoa que faz conexões. Porque é um mundo que alguém tem 3 mil seguidores no twitter, mas será que tem uma conexão forte? Eu acho que o papel do RP é avaliar quais serão as conexões fortes que serão construídas. Eu acho que serão os agregadores de conexões. 
 


Sabemos que as mídias sociais contribuem significadamente para a formação de opinião pública unificada. Você acha que é possivel evitar que este impacto das mídias sociais no pensamento coletivo vire uma forma de manipulação por parte dos gestores das informações?

No meu blog novo, tem um artigo que eu fiz que se chama “Como as ovelhas pensam”  dizendo que será que a Madonna tinha muito talento ou porque virou streaming. Ele responde essa pergunta com todos os detalhes.
O texto está disponível em aqui



Fale um pouco sobre a Social Media Week. Em uma mesa sobre sociedade em rede, redes sociais como agentes de transformação, qual a abordagem sobre Sustentabilidade que você levou para integrar a temática Sociedade? 

Social Media Week é uma iniciativa em seis países , aqui no Brasil foi capitaneada por quatro jovens sensacionais , o Alexandre Formagio, Diego Remus, Gilberto Jr, Gabriel Pires, e acho muito bacana, são verdadeiros empreendedores sociais que fizeram esse evento. 
Acho que a discussão que aconteceu ali que cada brasileiro que fizermos inclusão digital dele, na verdade estamos transformando ele num micro empreendedor, numa nova forma de fazer política, estamos criando mesmo uma verdadeira democracia, aonde todo mundo terá voz. É um dado mundial que apenas 1% das pessoas que estão em rede produzem conteúdo. 4% replicam, e 95% apenas observam. Talvez estamos criando uma nova elite. 
A história das bifurcações vai mudando. A sociedade em rede é a sociedade onde as pessoas vão poder, como vou dizer não se importa se você mora no interior do Brasil, mas se você é um cara que tem um computador e tem boas idéias você vai poder ser escutado. E isso é muito bacana.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A comunicação para a Mulher Alfa

Por Kelly Fusteros

Muitos estudos e pesquisas comprovam que a mulher vem se sobressaindo na economia mundial. “Um estudo do Boston Consulting Group destaca que a remuneração feminina está estimada em U$ 5 trilhões nos próximos cinco anos”, e mesmo os salários masculinos sendo maiores do que os da mulheres, o grande faturamento fica à cargo delas  pois movimentam cerca de U$ 12 trilhões dos U$ 18 trilhões dos gastos anuais do mundo todo.

Parafraseando Rose Pinheiro em seu artigo “Crise mudou hábitos de consumo” no jornal Estado de São Paulo - Edição de 31 de janeiro de 2010 - “O mercado feminino se apresenta como o maior mercado emergente da história do planeta, mais de duas vezes o tamanho combinado de países em desenvolvimento, como a Índia e China”.

E o que isso traz para a comunicação?

As mulheres estão presentes na tomada de decisão, seja em sua família ou nos negócios. Dados do IBGE (www.ibope.com.br) confirmam que 25% dos lares da região sudeste são sustentados por mulheres. Assim, as organizações apostam na comunicação dirigida para as Mulheres Alfa baseadas na transparência e na praticidade.

É muito importante o planejamento estratégico para se decidir os meios e as mensagens corretas que atingirão este público, pois, com um cotidiano acelerado e repleto de meios de comunicação trazendo informações e produtos a cada segundo, a comunicação não deve ficar apenas no marketing vazio de promessas milagrosas que transformaram as mulheres do dia para a noite. Não é isso que as mulheres precisam!

Uma pesquisa do instituto Millward Brown Brasil  aponta que o mercado automobilístico vem apostando cada vez mais em propagandas direcionadas para o público do sexo feminino. A mais votada foi esta do Fiat Palio – “É hora de você rever seus conceitos”.

 

Assim, as organizações enfrentarão grandes desafios ao caminharem para uma linguagem “que fale bem às mulheres”, mas, se souberem investir no planejamento estratégico e em uma comunicação integrada, ganharão um forte e grande mercado em constante ascensão.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Mensuração de resultados » Ações de comunicação

Por Vitor Balan

Hoje No blog teremos a participação de Vitor Balan que entrevistou Gilceana Galerani e, juntos, conversaram sobre importância da Mensuração dos resultados das ações de comunicação. Vitor tem 20 anos e é estudante de Relações Públicas da Faculdade Cásper Líbero. Gilceana é Relações Públicas, graduada pela UEL e mestre em Ciências da Comunicação pela ECA-USP.


Além de justificar motivos para criar e manter um departamento de comunicação em uma empresa, a Mensuração de Resultados auxilia nas tomadas de decisão, ajudam a administrar conflitos organizacionais e dão uma maior percepção dos efeitos das ações da empresa na sua reputação. Para explorar esse assunto, Gilceana Soares Moreira Galerani* nos mostra como as teorias de mensuração de resultados são aplicadas no dia-a-dia das organizações e fala quais são as principais dificuldades de avaliação dos efeitos da comunicação, bem como sua importância nos dias de hoje. Ela é autora do livro “Avaliação em Comunicação Organizacional’’ e coordenadora de Comunicação Interna de Embrapa.

- Como são medidos os resultados e onde estão traduzidos os efeitos conquistados pelo departamento de comunicação da Embrapa? Como, com qual periodicidade e para quem esses resultados são apresentados?

A Embrapa possui a Assessoria de Comunicação Social - ACS, vinculada ao presidente da Empresa e localizada na Sede em Brasília. Cada uma das 41 unidades da Empresa, em várias regiões do Brasil, possui uma estrutura própria de comunicação, com no mínimo um profissional de comunicação em cada uma, mas a maioria tem 2 ou 3 profissionais, entre jornalistas e relações públicas, principalmente. Essas equipes colaboram para a avaliação de resultados da Embrapa como um todo.

Para avaliar o desempenho dessas 41 unidades no Brasil, a Embrapa possui o Sistema de Avaliação das Unidades - SAU, que anualmente audita os resultados em várias áreas. Uma dessas áreas é a comunicação.

Em comunicação, para o SAU, os resultados são medidos seguindo os níveis básico e intermediário de Lindenmann (descritos em livro de minha autoria):

1- inserção - quanti e qualitativa - da Embrapa em veículos de comunicação de massa: na sede da Empresa, uma agência terceirizada realiza o clipping e o relatório quantitativo da presença da Empresa na mídia. São cerca de 1000 inserções mensais. O relatório da agência aponta diária e anualmente as inserções, além do enfoque (positivo ou negativo), o tema principal das reportagens e a localização da matéria na página ou horário no caso de TV e rádio. Com esses resultados, é realizada a análise qualitativa, que aponta o quanto as inserções estão contribuindo para a divulgação dos temas prioritários da Empresa. Esses temas prioritários são definidos anualmente em conjunto com a Diretoria da Embrapa e normalmente são em torno de 10 temas. A avaliação da presença da Empresa na mídia digital e a avaliação da percepção do público sobre matérias veiculadas ainda não são realizadas e uma metodologia específica está em estudo. Nas unidades descentralizadas normalmente não há contratação de agências para realização de clipping e os próprios profissionais realizam essa tarefa, enviando relatórios mensais à Sede da Empresa em Brasília.

2- comunicação interna: são auditadas quatro ações de comunicação interna: quantidade de veículos de CI produzidos e editados pelas Unidades; alinhamento institucional (10 temas citados no item 1) das matérias enviadas das Unidades para a ACS/Sede para compor os veículos corporativos (Folha da Embrapa/mensal, Todos.com/semanal e Notícias da Intranet/diário); alinhamento institucional das campanhas internas; quantidade e alinhamento institucional dos murais denominados “Acontece”, nas Unidades.

3- promoção e organização de eventos: quantidade e qualidade de eventos organizados no Brasil, desde que sigam as orientações das normas contidas no Manual de Eventos da Embrapa.

Os resultados do SAU são entregues pela ACS à Secretaria de Gestão e Estratégia da Embrapa - SGE e são monitorados conjuntamente pela ACS e pela SGE. A Auditoria da Embrapa faz a conferência oficial dos resultados, e estes interferem no valor do orçamento e, consequentemente, no valor da premiação dos empregados em cada Unidade no Brasil.

Além da mensuração para atender os indicadores do SAU, a empresa realiza, ainda, duas pesquisas:

- pesquisa de imagem, quando se verifica a reputação e as alterações de comportamento dos públicos estratégicos a cada dois anos. Essa pesquisa corresponde ao nível avançado de Lindenmman.

- pesquisa de clima organizacional: de responsabilidade do Departamento de Gestão de Pessoas e com o apoio da Assessoria de Comunicação Social desde a concepção, é aplicada anualmente ao universo dos quase 9 mil empregados. Uma empresa especializada é contratada para aplicar questionários digitais a 80% do público interno e os demais integrantes recebem questionários impressos porque seu trabalho é realizado em campos experimentais e casas de vegetação, longe do escritório.

Em 2009, pela primeira vez, a Embrapa complementou a pesquisa de clima com uma pesquisa de grupo focal junto a cerca de 10% de seu público interno. A mesma empresa contratada para a pesquisa de clima realizou o grupo focal, dirigindo-se a todas as unidades da Empresa no País. Foi uma experiência fantástica e os resultados estão sendo enviados às unidades neste início de fevereiro, para divulgação aos empregados. Comissões de Clima Organizacional em cada Unidade foram capacitadas pela Embrapa para elaborar planos de ação para tratamento dos resultados.

- A Embrapa utiliza algum outro modelo de mensuração de resultados em comunicação? Quais? Como e por que esses modelos são usados?

Corporativamente, apenas os já descritos. Na ACS, registramos ainda todas as reclamações e elogios recebidos quando promovemos qualquer coisa, como forma de motivar a equipe e demonstrar a atenção dos colegas para com o trabalho. Esses registros ajudam até na avaliação de desempenho das pessoas, mas aí é algo relacionado à política de gestão de pessoas, não a resultados corporativos. Logicamente, há também iniciativas localizadas, pontuais e livres em cada Unidade da Embrapa, afinal são quase 9 mil empregados e, dentre eles, 3 mil cientistas e 160 profissionais de comunicação em atuação em 41 localidades diferentes. Essas iniciativas locais são as avaliações imediatas de palestras, visitas, campanhas, eventos, reuniões internas com chefias, etc. Há ainda algumas unidades da Embrapa que realizam diagnósticos próprios e pesquisas periódicas de opinião junto aos empregados daquela localidade. Mas são apenas para uma ocasião e não são pontuados no resultado global da empresa.

- Os modelos de avaliação abordados pela literatura estão próximos da realidade das empresas ou ainda há dificuldades em aliar tais teorias às práticas profissionais?

Os modelos um tanto distantes da realidade da avaliação da comunicação nas empresas são os modelos da categoria valoração. Mesmo assim, o de Ehling contém praticamente os mesmos princípios da avaliação do ROI e o de KIM corresponde agora ao que algumas empresas de capital aberto terão de fazer para avaliar resultados intangíveis: comparar a evolução do valor de sua marca e de seus demais ativos aos valores investidos em comunicação como um todo, ou a outro setor caso haja interesse de conhecer a relação custo X benefício de cada um. Esses dois modelos são mais aplicáveis a empresas privadas, especialmente as de capital aberto, muito cobradas por acionistas e pelo mercado para demonstrar o retorno financeiro de cada centavo investido.

Os demais modelos são absolutamente realizáveis. São baseados em contagem (nível básico de Lindenmann) e em pesquisas quantitativas e qualitativas (níveis intermediário e avançado de Lindenmann; relacionamento de Grunig e Honn) e sua aplicação depende da disposição das empresas em investir e dos profissionais de comunicação em arregaçar as mangas e coordenar eficazmente as metodologias.

Não há milagre. Para saber resultado com segurança é preciso algum esforço. Pesquisas dão um pouco de trabalho e exigem total percepção do negócio da empresa e do impacto que suas ações podem ter nos clientes e nos cidadãos, para que se formulem perguntas e estratégias que tragam dados realmente úteis para as empresas. O pós-pesquisa também é importantíssimo. O profissional de comunicação precisa de argumentos firmes para mostrar a necessidade de divulgar resultados internamente, propor melhorias frente a cada desafio apontado nas pesquisas e monitorar a efetividade das providências na visão dos públicos estratégicos.

É importante que se ressalte que, em comunicação, assim como em outras áreas das ciências humanas, a avaliação científica de resultados é difícil de ser feita. Não é possível medir o que a comunicação consegue prevenir, por exemplo: problemas evitados e conflitos resolvidos com o auxílio da comunicação antes que se transformassem em perdas financeiras ou outros desgostos graves para a empresa são um grande mérito. Mas, como não é possível medi-los, devem ser percebidos e reconhecidos pelos bons gestores. Domenico De Masi afirmou que a era do conhecimento, como previamente está sendo nominada a que chega após a era industrial, deverá ser uma época de atenção ao que não está visível, mas que é percebido pelos que tem bom senso, experiência e competência – características importantes para um bom gestor.

- Quais são as principais dificuldades que ainda são encontradas na hora de mensurar resultados em comunicação? Como enfrentar tais dificuldades?

Dificuldades: disposição de pessoas e de tempo para se elaborar um bom projeto de pesquisa de avaliação; falta de preparo profissional dos comunicadores para gerenciar pesquisas e convencer gestores quanto à necessidade de investir nessa metodologia de trabalho; pouca atenção de profissionais, agências e gestores ao que realmente interessa, isto é, falta percepção de que o que importa são os efeitos, e que só medir quantidade de veículos de comunicação ou de inserções na mídia apenas indica o quão uma equipe se esforçou para fazer o seu trabalho, mas não o quanto isso mudou a atitude ou o comportamento de clientes ou de funcionários, que é o verdadeiro resultado.

Identifico, ainda, certa insegurança, ausência de discurso argumentativo e poder de persuasão (no sentido positivo) para mostrar aos gestores a necessidade da comunicação como ferramenta estratégica que permeia todos os processos da empresa e por isso deve ser valorizada e estimulada, independente de resultados a curto prazo. Essa capacidade, além de ser útil corporativamente, auxilia no reconhecimento de que toda empresa precisa, no mínimo, de uma estrutura mínima de comunicação, assim como precisa de departamentos de gestão de pessoas ou de setores financeiros.

Tenho, particularmente, bastante apreço pela proposta de Linda Hon e James Grunig, que inserem a avaliação da natureza e da qualidade de relacionamentos como a mais autêntica forma de se mensurar resultados em comunicação, especialmente em relações públicas. De todos os modelos que estudei, considero esse o mais original e adequado para avaliar o retorno da comunicação, uma vez que o principal papel do comunicador é criar, manter e aprimorar relacionamentos.

E para fazer essa avaliação é preciso apenas entender e executar técnicas de pesquisa quantitativa e qualitativa, sem necessidade de cálculos mirabolantes, como os propostos para medir retorno financeiro em outros modelos.

Entendo, inclusive, que avaliar relacionamentos é, para a comunicação, muito mais efetivo para se conhecer o retorno do trabalho dos comunicadores. Na ânsia por se dar valor financeiro aos resultados, faz-se projeção e estimativas numéricas para quantificar gentilezas, fidelidade, apreço e recomendação de marca. Isso requer extrema competência técnica e multidisciplinar e, apesar disso, creio que ainda não se consegue espelhar a real contribuição da comunicação a uma empresa.

- Além de justificar motivos para criar ou manter um departamento de comunicação em uma empresa, qual a principal importância da mensuração de resultados em comunicação?
A mensuração auxilia os gestores a tomar decisões, uma vez que aponta o que vai bem, o que está morno e o que vai mal.
A mensuração dá instrumentos para valorizar equipes de trabalho.
A mensuração contribui para o aprendizado, pois quando sabemos onde erramos ou onde acertamos, temos a chance de melhorar ou de repassar a outros nossa experiência, ajudando as empresas e os profissionais a atuarem conforme as melhores práticas.

No caso específico da comunicação, a mensuração ajuda a mostrar que esforços subjetivos e supostamente intangíveis, como é o caso das estratégias para criar/promover/melhorar relacionamentos (típicos das relações públicas, por exemplo), tem forte impacto na reputação e ajudam a administrar problemas e conflitos, além de evitar prejuízos para as empresas. Como diz a literatura antiga de relações públicas, a comunicação é o seguro de vida da organização e a avaliação de resultados auxilia a mostrar que essa frase é verdadeira.

 

Para Saber Mais:

"O desafio da avaliação de resultados em Comunicação Organizacional" - artigo de Gilceana Galerani que você pode encontrar na 2ª edição da revista Organicom (pág. 147). O artigo trata de da literatura sobre mensuração de resultados, descreve o planejamento como item essencial para uma avaliação adequada e comenta técnicas de mensuração, abordando sua aplicação em duas organizações no Brasil.

"Avaliação em Comunicação Organizacional" - livro de Gilceana Galerani publicado em 2006 pela Embrapa. O livro é resultado da dissertação de mestrado defendida na ECA/USP e analisa modelos de avaliação em comunicação organizacional e apresenta cases premiados do Prêmio Opinião Pública.
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