sábado, 28 de novembro de 2009

Multiculturalidade nas organizações

Por Danilo Marinho


Século XIX, mais especificamente o ano de 1871, marcou o desmantelamento do regime de escravidão, do escravismo, com a Lei do Ventre Livre a construção de estruturas baseadas na igualdade política começou a se desenvolver. Foi dentro desse cenário que a hierarquia social encontrou refúgio e apoio sob a esteira de um discurso racial. E, nesse mesmo período, se introduziram as primeiras ideias de teorias e pensamentos até então desconhecidos, como o evolucionismo, positivismo e o darwinismo.


Essas mesmas ideias serviram de base para que se atentasse quando a diferença entre os homens tornara-se tema de debate e reflexão. Entretanto, sendo herdeira de uma tradição humanista, a diversidade tornou-se objeto central de estudo a partir do século XVIII, com os legados da Revolução Francesa, como as ideias que devemos ter acesso à mesma educação.


Nesse turbilhão de informações duas correntes marcaram o século XIX: de um lado a visão humanista, outro legado deixado pela Revolução Francesa e de outro, uma reflexão sobre as pequenas diferenças existentes entres os homens. Esta segunda corrente, mais adiante, se tornaria também influente e determinaria características genéticas, aptidões intelectuais e inclinações morais como elementos fundamentais para se estabelecer a diferença entre os homens em civilizados ou selvagens.

Pressupor a liberdade e a igualdade como elementos naturais levaria a determinação de uma unidade do gênero humano. Isso não era o que os teóricos da época queriam provar. Nesse caso, poderemos concordar que levar em consideração o tratamento homogêneo entre os homens seria um tanto radical. Mas, tomar esses preceitos como verdade, também nos levaria a um fim trágico.

O que mudou hoje? Em pleno século XXI, as pessoas mudaram, as organizações se transformaram e determinados conceitos e paradigmas foram quebrados. No âmbito organizacional esse tema tem se tornado de total relevância.
A de convir que é essencial a gestão de relacionamento que tenha em suas bases a formação inevitável de grupos e a construção de processos comunicativos que atendam as expectativas de seus públicos. No entanto, as maiores falhas nas organizações são negligenciar a diversidade cultural presente, tentando tornar a comunicação como algo unificado, visando atingir aos seus públicos de interesse simultaneamente.

O fenômeno da globalização impôs esse direcionamento mais unívoco, colocando todos públicos numa mesma escala de valores e crenças. Seus resultados seguramente não são dos mais convincentes. A gestão estratégica desse “novo” elemento (diversidade cultural) no Brasil, um país marcado pela miscigenação, é prioritariamente respeitar a pluralidade dos indivíduos.
O ser humano em sua complexidade é o grande diferencial em que as organizações poderiam investir. Estar atento as mudanças, no ambiente de trabalho, adaptando-os ao cotidiano organizacional, transformando em hábito posturas advindas da própria diversidade cultural.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Eu e você, você e eu, juntinhos!

Por Maira Manesco


Hoje teremos uma participação especial - Maira Manesco - ela é estudante de
Relações Públicas da Universidade de São Paulo e estagiária Souza Franco
Comunicação.




Como já sabemos o Relações Públicas faz o intermédio da organização com os seus públicos, para que se possa assim ter uma boa convivência.

No post de hoje, veremos os principais Programas de Relações Públicas usados para estreitar o relacionamento das organizações com seus públicos estratégicos, trazendo eles para perto de si, construindo confiança e adquirindo credibilidade.

De acordo com Juan Bordenave e Horácio Carvalho, citados por Margarida Kunsh no livro Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada, os programas são instrumentos do processo de planejamento que procuram a melhor alocação de recursos, no tempo e no espaço, para um conjunto homogêneo de metas estabelecidas. Ou seja, o programa é realizado de acordo com o perfil do público e os ideais da organização.

Alguns dos programas de Relações Públicas são:

· Campanha de Comunicação Interna: direcionado aos colaboradores e seus familiares, tem o intuito de informar, motivar, integrar e envolver o público interno com a organização. Para que isso ocorra utilizamos as publicações internas (newsletter, jornal mural, boletim), intranet, vídeos, concursos, exposições.

· Relacionamento com a Comunidade: podem ser de caráter filantrópico, como caridade, política de portas abertas, reuniões com líderes de comunidade, campanhas de conscientização; ou podem ser de responsabilidade social, como parceria com ONGs, ações a longo prazo de interesse da sociedade, utilização de selos (Abrinq).

· Relacionamento com a Imprensa: direcionado aos jornalistas a fim de gerar mídia espontânea, conseguindo visibilidade a marca corporativa. Para atrair a atenção dos jornalistas é preciso caprichar nos releases e nos press-kits (eventos, coletivas, mídia training), além de procurar manter um trabalho contínuo de Assessoria de Imprensa.

· Relacionamento com o cliente: busca informar o consumidor sobre a organização, despertar seu interesse para o que a empresa pode fazer por ele e obter apoio do cliente em épocas de crise em relação aos produtos e serviços, para isso utilizamos ações, como programa de visitas, eventos, concursos, informativos, além de bons canais para ouvir críticas e sugestões.

No caso da Campanha de Comunicação Interna o RP tem que tomar cuidado para que não seja confundido com Endomarketing, já que esse serve para melhorar o atendimento ao cliente. E no Relacionamento com o cliente ter cautela para não transformar em Merchandising.

São inúmeras as ações dentro de cada Programa de Relações Públicas, vai de cada profissional fazer o mapeamento estratégico dos públicos, localizar qual precisa ser trabalhado, e utilizar da sua imaginação e criatividade para criá-los e colocá-los em prática.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Tempo, tempo, tempo mano velho

Por Liliane Ferrari

Hoje quem comanda a seção "Extras" é a Liliane Ferrari.
Ela é jornalista, produtora da Pulsart, Expo Sticker, professora
na Escola SP. Também é conduz os blogs » Mapfre, LG e rede M de
Mulher/Abril, além de ter o seu próprio blog - Lilianeferrari.com. E não é só
isso, as demais atividades dela está logo abaixo.


Quem diz que internet é perda de tempo com certeza não sabe fazer nada que preste na web. Mas pior é quando quem diz isso trabalha com comunicação, aí me dá medo porque web é fundamental para nós.

Usar o tempo é relativo, você poderá me dizer. Eu acho que não. É bem objetivo, principalmente em se tratando de profissionais da comunicação que devem se aliar com força à web para fazer seu trabalho frutificar sem virar apenas mais um perfil virtual orbitando a rede cheio de gifs animados e medonhos.

Não vamos ser ingênuos e não considerar que tem uma maioria esmagadora de gente que perde mesmo tempo, muito tempo na net com fazendas, máfias, leituras de perfis alheios, piadas sem graça e afins... Mas tem gente que ganha tempo, muito tempo porque sabe procurar bem uma informação, movimentar pessoas em torno de uma causa, disseminar uma notícia bacana e usar as redes sociais como um painel de controle da temperatura daquilo que mais se comenta, interagir sem invadir...

A internet, como tudo deve existir em benefício do usuário e de seu estilo de vida e trabalho. Internet é plataforma, não é passatempo, sorry!!! Internet é poder e tempo livre p ir ao parque para quem sabe usar.

Alguém dúvida que hoje em dia qualquer pessoa pode ser um comunicador de massa em minutos?? Então se você é comunicador pode tratar de otimizar seu tempinho navegando! Se organize e deixe a web trabalhar por você. Monte uma rotina de tarefas e inicie seu dia dando uma geral nas tuitadas, atualizando seus perfis nas redes sociais, respondendo emails e postando suas coisas. Semeie nas comunidades seus links e espere frutificar offline fazendo aquilo que gosta e precisa como: academia, curso de idioma, indo de um lugar pro outro, visitando um amigo ou mesmo passeando na praia. Na volta monitores os resultados, analise e invista mais um tempinho em lapidar o trabalho e continue deixando a coisa brotar!

Recentemente o Nós da Comunicação publicou uma entrevista comigo e fez essa abertura: "Liliane Ferrari é produtora cultural, blogueira profissional de três marcas, formada em jornalismo e filosofia, pós-graduada em história da arte, mãe de uma filhinha, produtora freelancer de TV, professora da Escola São Paulo e editora de seu próprio diário poético-filosófico."

Muita gente veio me perguntar como eu consigo fazer tudo isso e a minha resposta é simples: uso a internet e só ela me possibilita fazer tantas atividades simultâneas assim e olha que eu tuito ainda horrores de bobagens também!!! ninguém é perfeito. :D

terça-feira, 24 de novembro de 2009

As origens do marketing

Por Lívia Brito
Aproveitando a maratona A Bordo sobre as origens e histórias das “ferramentas” de comunicação, resolvi trazer um pouco sobre a biografia do Marketing, voltada às principais orientações do mercado.
O marketing iniciou suas atividades nas primeiras organizações que surgiram na época da Segunda Guerra Mundial por meio das vertentes ou orientações para o mercado, que são: produção, produto, vendas, marketing e marketing societal.
A orientação para a produção diz respeito aos consumidores que preferem produtos com alta oferta e preço acessível. É uma das vertentes mais antigas inerentes às relações de transação comercial. Na preocupação de diminuir custos de produção e distribuição em massa, diagnosticou-se má qualidade nos serviços e produtos à demanda, consequentemente surgiu a vertente voltada para o produto. Essa orientação oferece aos consumidores a oportunidade de adquirir produtos com qualidade e desempenho superiores, ou que tenham características inovadoras.
No entanto, há organizações que orientam o mercado por meio das vendas, normalmente quando existe muita oferta para uma demanda inferior. A orientação para a venda é uma forma que as organizações encontraram para concentrar esforços nas atividades de marketing direcionados à venda dos produtos disponíveis. Sobre esta orientação Kotler, em seu livro Administração de Marketing (2000), explica que essa consideração implica que o mercado consumidor não demonstra vontade ou interesse em relação à compra e necessitam ser movidos a comprar.

Em contraponto, a orientação para o marketing adverte que a chave para alcançar os objetivos organizacionais está na busca da excelência na criação, entrega e comunicação de valor para os mercados-alvos. Essa filosofia é uma integração de todas as outras vertentes citadas anteriormente. Com o foco no cliente os processos de produção, projeto de produto e vendas se tornaram mais complexos, no entanto, mais eficientes no que diz respeito à relação com o mercado. A orientação para o marketing visa o lucro, focaliza o cliente e integraliza os negócios da organização.

Por último, há a vertente que orienta o mercado para a responsabilidade social (societal). Essa orientação estabelece que as organizações devem considerar ações éticas e sociais nos processos administrativos e mercadológicos. É uma vertente dirigida para o valor oferecido ao mercado consumidor, ou seja, para que as empresas atinjam objetivos precisam transmitir valor adequado.

Descrevi uma breve análise sobre as orientações do marketing provenientes das primeiras relações de consumo, após Segunda Guerra Mundial. Com a evolução do termo marketing, novas formas de fazer negócio surgiram com o desenvolvimento tecnológico, aumento da demanda e suas exigências e mudanças de paradigmas.

Atualmente nós, como profissionais de comunicação, precisamos estar atentos para o novo, a cada dia surgem novos termos que mudam a forma de fazer comunicação. Cada vez mais as organizações, as marcas, os produtos e os serviços fazem parte da vida pessoal de um indivíduo. Deve-se considerar até que ponto essa “alienação” é positiva para a marca, por isso a necessidade de planejar a Responsabilidade Social e a ética para com o público. Gosto de falar que as experiências do passado são os acertos do presente e do futuro, tendo em vista os importantes acontecimentos e desenvolvimento do mercado da comunicação.

A integração das vertentes, ou a orientação para o marketing, construiu, cria e oferece às organizações oportunidades. Quando percebidas traz à empresa um novo jeito de fazer “mercado”, adequando diferentes ações para atingir dois alvos: o cliente e o lucro.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

RESPONSABILIDADE PÓS-VENDAS

Por Kelly Fusteros

Um bom atendimento vai além do exato momento da compra do produto/serviço. Construir um canal de comunicação para as considerações, reclamações e dúvidas é muito importante para a fidelização do cliente e para o aumento do share de mercado da organização.
Responder aos seus questionamentos é sempre muito importante, por mais estranho que o problema possa parecer.
Tomemos como exemplo o Case intitulado: “A ESTRANHA HISTÓRIA DO CARRO QUE NÃO GOSTAVA DE SORVETE DE BAUNILHA”, do professor da Universidade Estadual de Londrina, Waldyr Gutierrez Fortes.
Esta história conta que um homem comprou um carro da GM e que toda noite, depois do jantar, saia para comprar a sobremesa: sorvete. Sempre que comprava sorvete de baunilha, o carro não queria pegar. Podia comprar qualquer outro sabor, menos o de baunilha.
Somente após enviar duas cartas à GM pedindo auxílio, um engenheiro foi enviado a sua casa para analisar o caso. Após várias idas e vindas até a loja com o carro o engenheiro descobriu o problema, era a saída de vapor do carro e o tempo de espera na compra do sorvete. O carro não estava resfriando o motor corretamente e os sorvetes de baunilha eram os que ficavam por cima devido à preferência de vários consumidores por este sabor e à disposição da loja, assim, o cliente levava menos tempo para comprar este sabor e voltar ao carro.
Moral da história: Por mais estranhos que sejam casos como estes podem ocorrer e devem ser levados a sério, pois detectou um problema no funcionamento do produto, mostrando-nos que a responsabilidade de uma organização não termina no fechamento do contrato de venda.
Isto nos leva ao Transmarketing, ou seja, a união das áreas de Relações Públicas e Marketing. Elas se completam porque não basta a organização vender o produto e acreditar que não precisa monitorar seus clientes para estreitar os relacionamentos e, assim, aumentar a fidelização.
Conforme artigo no site Portal RP, a área de Marketing se preocupa com a realização concreta da venda de um produto/serviço. Já a área de Relações Públicas, cria canais para que os negócios da organização não prejudiquem nenhum segmento ou público e para que o consumidor sinta-se próximo e importante para a organização.
Lembrando que o Planejamento Estratégico deve ser a base para o Transmarketing para que a organização atinja de maneira mais completa e competente os consumidores, que estão cada vez mais exigentes e conscientes em suas compras.
Por fim, a organização que não perceber que suas responsabilidades extrapolam o âmbito de compra e venda e não investirem em uma área de comunicação integrada para que seus públicos recebam total atenção, colocarão em xeque seus empreendimentos, pois serão superadas pelas organizações que suprirem as constantes exigências do consumidor e da sociedade.

sábado, 21 de novembro de 2009

Comunicação Interna, uma questão de Sustentabilidade

Por Danilo Marinho

Hoje abordo um tema que antes nunca havia comentado, mas que sempre me chamou atenção: comunicação interna. Ao discorrer sobre essa temática me lembro logo daqueles informativos super personalizados, contendo diversas informações de caráter institucional, cultural, econômico e social.

Não sou contra a esse tipo de abordagem, pelo contrário, é de fundamental importância e totalmente estratégico. Tanto que no último dia 28 de outubro em São Paulo o Seminário de Endomarketing da International Bussines Comunications/IBC debateu as dificuldades de se encontrar o melhor caminho e as melhores ferramentas para obter sucessos em ações internas.

É sabido da maioria dos profissionais de comunicação que, dentro do âmbito corporativo, colaboradores bem informados e motivados tem melhores condições de elevar a organização a um nível de produtividade, inovação e, sobretudo, competitividade dentro do mercado. Mas o que de fato é a comunicação interna? Comunicação Interna, para a conselheira fiscal da Associação Brasileira de Agências de Comunicação/ABRACOM e diretora da Klaumon Forma, Claudia Zanuso, é o sistema de comunicação entre a organização e seu público interno.

Neste ínterim, pressupõe um sistema de mão-dupla estruturado, dinâmico e pró-ativo. Entre os objetivos deste segmento está difundir a visão, a missão e os valores, ampliar e harmonizar o diálogo entre o capital e o trabalho e valorizar o funcionário como importante formador de opinião positiva. “Está mais que na hora de sair da atuação tática, porque nosso trabalho é muito mais de planejamento. É preciso conquistar este espaço”,

Não obstante da nossa realidade o mercado já permite a abertura de nichos de mercado voltados para esse tipo de relacionamento, como a Serifa Comunicação Empresarial que presta serviços em comunicação interna para organizações.

No entanto, a comunicação sempre foi a base dos relacionamentos humanos seja na esfera virtual ou pessoal. Mas, quando se trata de comunicação de grandes empresas, existe uma grande diferença entre a comunicação realizada por elas e as realizadas pelas médias, pequenas e micro empresas.

Mais recentemente as mídias sociais se tornaram grandes aliadas na gestão de relacionamento com o público interno. O portal Comunicação Interna Brasil elenca 10 itens que devem ser considerados quando a tônica é engajar seus colaboradores às estratégias da organização. São eles:

· Comunicar e interagir com os funcionários através de mídias sociais

· Fazer da comunicação interna um ponto-chave para a difusão da estratégia empresarial

· Comunicar-se com diversos tipos de públicos

· Comunicar e engajar internamente a responsabilidade social

· Disseminar a nova cultura organizacional em um processo de aquisição

· Utilizar canais da web para a comunicação em diversas plantas pelo Brasil

· Engajar os colaboradores frente às campanhas de mudanças organizacionais

· Tornar a comunicação interna parceira da área de vendas

· Construir canais simples e funcionais de comunicação

· Fazer a comunicação com o apoio de líderes comunicadores

Tudo isso me levou a refletir em outro ponto bastante relevante para a atualidade: Sustentabilidade. Falar de colaboradores implica, por extensão em falar de comunidade. Isto mesmo! Penso que para se desenvolver estratégias de comunicação voltadas para o público interno, não apenas o interesse organizacional deve ser levado em consideração, mas também aspectos extra-organizacionais como cultura e a realidade sócio-econômica dos seus funcionários. É o capital humano que regeria o planejamento de tais estratégias, partindo de ações isoladas de indivíduos para a coletividade. Os colaboradores estão inseridos socialmente numa comunidade como comenta PONTIEUX:

“Estar socialmente inserido no grupo significa, para o indivíduo, a busca de proveitos materiais e simbólicos e, entre os membros, implica na transformação das relações contingentes (vizinhança, trabalho parentesco), necessárias e escolhidas, implicando obrigações duráveis subjetivamente acompanhadas de sentimento de reconhecimento, respeito e amizade, ou garantidas institucionalmente”. (PONTIEUX, 2006, p. 46).

Comunicar-se com os diversos tipos de públicos é, em sua essência, tratar do desenvolvimento sustentável, isto é, aplicar os princípios da responsabilidade social. Em outras palavras: fazer comunicação interna é desenvolver ações de responsabilidade social. Como já diz alguns autores, responsabilidade social não é apenas plantar algumas árvores, em áreas desmatadas, ou garantir o alimento de crianças carentes. Mas também pagar o salário dos funcionários em dia, cumprir com suas obrigações sociais, políticas, financeiras, culturais e tantas outras. Temas estes sempre abordados em informativos de circulação interna, intranet, jornais, murais, quadro de avisos, ferramentas mais usuais na construção de um diálogo mais eficaz com o público interno.

Portanto, esse ativo vem ganhando mais relevância dentro das organizações como fator determinante, por está baseado na confiança e reciprocidade, premissas básicas para o desenvolvimento de uma cultura organizacional fortalecida através da Comunicação Interna.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Relações Públicas 2.0 - Blogs Corporativos

Por Anamaria Oliveira

Relações Públicas graduada pela PUC-PR e especialista em Marketing pela FGV possui vivência em planejamento, desenvolvimento e coordenação de projetos de marketing como: CRM, internet, endomarketing, eventos e campanhas de incentivo de vendas. Anamaria fez duas participações no A Bordo e hoje está voltando definitivamente, como colaboradora.
Lívia está dentro do maior evento de inovação do país enviando todos os pontos interessantes e suas impressões, através do seu Iphone 3GS, para toda twittosfera e seus quase 4 mil seguidores.

As atualizações feitas no twitter, também são exibidas em seu blog juntamente com seus posts, flickr, suas apresentações do slideshare e suas músicas prediletas do last.fm.
É no blog que ela forma opinião e interage com o seu público.
Ela também é responsável pelo blog corporativo de uma grande consultoria brasileira de comunicação. Neste blog ela gerencia, fortalece e zela pela marca da empresa. Além disso, comunica posições oficiais em tempo real, de forma direta e transparente, dando visibilidade para ações específicas.

Estamos falando de uma Relações Públicas 2.0.
Realidades como essas, são cada vez mais freqüentes e é em cenários assim que as Relações Públicas e Web 2.0 caminham lado a lado.

A cada ano a interatividade na rede vem ganhando mais visibilidade nas empresas e os executivos começam a perceber que isso pode transformar a maneira como as empresas se organizam, são administradas e também, como elas se vendem para o mercado.

Os blogs podem ser utilizados para comunicação externa melhorando o posicionamento de marketing, e para comunicação interna fornecendo de forma rápida o direcionamento estratégico. Alguns estudos apontam que cerca de 34% das empresas já utilizam blogs.

Embora, os benefícios sejam evidentes é importante destacar alguns fatores que levam ao sucesso. “Primeiro de tudo o blog precisa ter vocação, ou seja, nascer para uma missão. Por exemplo, se a intenção for zelar pela imagem, fortalecer a marca ou fornecer posições oficiais da empresa, temos aí a vocação de Relacionamento bem definida. Para esta vocação teremos um plano de governança e boas práticas específicas”, afirma o consultor de portais corporativos Marcos Daniel Goes, da ESAT - Soluções em Alta Tecnologia.

Levando em conta estes fatores de sucesso, alguns estudos consideram 3 grandes vocações: relacionamento, colaboração e comunicação. Baseado nessas vocações temos vários tipos de blogs, entre eles:

· Blog de Relações Públicas;

· Blog como Comunidade Temática;

· Blog de Serviço ao Consumidor;

· Blog de Liderança;

· Blog de Mercado;

· Blog de Promoção de Produtos;

· Blog para Desenvolvimento de Produtos;

· Blog para Gestão de Projetos.


No mercado de Relações Públicas podemos atuar com maestria nos blogs de relacionamento, pois ele possui a maior capilaridade na relação entre públicos, desde colaboradores aos concorrentes, passando por acionistas, clientes, imprensa, entre outros. Isso permite ao RP atuar no seu grande desafio de zelar pela boa imagem da empresa onde atua, no que figura a sua performance em gestão de crises.


Veremos nos próximos posts a importância de cada vez mais as Relações Públicas liderarem projetos de Blogs, sobretudo quando as fases de consultoria e de tecnologia da informação terminam. Nesse momento o trabalho do RP passa a ser vital para que os objetivos estratégicos do blog sejam alcançados.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Relações Públicas em Portugal

Por Bruno Amaral, Relações Públicas em Lisboa/Portugual

Foi criada uma seção aqui no A Bordo chamada 'Relações Públicas no Brasil' com o propósito de mostrar como a profissão é valorizada no país, porém hoje resolvemos fazer diferente. A abordagem será sobre 'Relações Públicas Internacional'. Esperamos que gostem da 'edição especial' escrita por Bruno Amaral que é profissional de Relações Públicas, ele estuda e pratica no campo desde 2005, não apenas focado na criação de estratégias que funcionam, mas também para entender o porquê das estratégias de trabalho. Olhando sempre para fornecer informações e orientações sobre quais ferramentas utilizar, para que fins e com que mensagens. É mediador dos blogs Strategy and Public Relations e Relações Públicas.


Falar de relações públicas em Portugal é falar de uma profissão que ainda não está devidamente representada por uma Associação Profissional. Por essa razão, ainda existe alguma confusão sobre o que é ser relações-públicas.
E se por um lado a falta de legislação facilita a entrada na profissão, pelo outro dilui a presença de profissionais com a formação adequada e que seguem os códigos de ética e deontologia com a determinação devida.
No entanto este panorama tem vindo a mudar aos poucos. Com o salto para a Web e o aparecimento de blogs, os profissionais têm vindo a aumentar o debate sobre a profissão, sobre o que constitui o dia a dia de um relações-públicas, quer se trate de public affairs, comunicação online, assessoria de imprensa, comunicação de interesse público ou qualquer outra área da profissão.
Ao observar os blogs de comunicação, facilmente notamos que o diálogo em torno da profissão surge mais entre os profissionais de agências do que entre profissionais de gabinetes de comunicação, devidamente enquadrados nas estruturas da organização. Aqui surge um perigo, que se comece a pensar que se trata de uma disciplina à qual só pode recorrer quem tem os recursos para contratar uma agência de comunicação. Não é o caso.
Pelos contactos que tenho feito no decorrer do mestrado de gestão estratégica e relações públicas da ESCS, notei que existem excelentes profissionais que sempre trabalharam em departamentos de comunicação. Infelizmente o seu trabalho nem sempre tem o reconhecimento que merece dentro e fora da organização.
No lado dos estudantes, a entrada no mercado de trabalho também não se trata de algo propriamente fácil. Se por um lado os gabinetes de comunicação estão num periodo de evolução relativamente estável, pelo outro isso significa que têm menos necessidade de empregar em recém-licenciados. Resta por isso recorrer às agências, onde a entrada está condicionada à realização de um estágio.
As condições para a realização de um estágio nem sempre são as melhores. A grande maioria das agências não oferece estágios remunerados, cobrindo apenas os custos de deslocação e esperando que sejam feitas horas extraordinárias.
Existem no entanto agências que fogem a esta regra, é preciso mencionar isto. Infelizmente estes bons exemplos são pouco conhecidos. No meu caso, o estágio que realizei com a Ogilvy Public Relations em Lisboa foi remunerado. Tive sorte, porque de facto a maioria das agências opta pelo caminho mais fácil e inegavelmente mais rentável.
Mas o trabalho das agências é também a face mais visivel da profissão em portugal. Quer seja porque os seus profissionais recorrem a blogs para estimular o dialogo e fazer ouvir a mais valia da disciplina, quer seja porque são elas que mais interagem com as publicações do meio (Jornal Briefing e a revista Meios e Publicidade).
A excepção a esta regra surge por parte de algumas empresas de maior dimensão, como a EDP ou a Caixa Geral de Depósitos, que mesmo assim não são representativas, são apenas a face mais visível do trabalho em gabinetes de comunicação.
Ultimamente, o trabalho de relações públicas em Portugal tem estado a “acordar” para a realidade da comunicação digital. Foi essa razão que levou à organização da primeira conferência Upload Lisboa, no passado sábado.
Nesta conferência tornou-se claro que é necessário um debate ainda maior sobre o impacto dos instrumentos de social media na nossa forma de comunicar. Mais do que saber escolher os instrumento adequados, é necessário criar uma base comum de conceitos e de concepção de estratégias, de ética e de deontologia.
Só desta forma é que podemos esperar que as agências e os departamentos de relações públicas sejam capazes de criar locais de diálogo online, destinado a encontrar pontos de entendimento e a cumprir objectivos concretos (quer de comunicação ou de negócio).

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

VII Encontro de Relações Públicas da ECA-USP

Por Mariana Garcia, estudande de Relações Públicas da ECA/USP

Hoje o A Bordo abre espaço para a divulgação de um evento que será realizado
pelos alunos da ECA/USP, o qual nossa equipe irá participar e contamos com a presença da 'nossa embarcação' de São Paulo.

No dia 30 de novembro, a Escola de Comunicações e Artes da USP irá ao VII Encontro de Relações Públicas, edição noturna. Anualmente realizado por alunos do 1º ano do curso de Relações Públicas, o evento conta com assuntos atuais e de grande relevância para a reflexão e formação dos participantes.
Na sétima edição, o tema se mostra mais atual do que nunca: Comunicação Digital que aborda o bom de ferramentas de comunicação digital - como Twitter, Orkut, Facebook, etc - muito debatido sob a ótica sociológica. Saindo da mesmice, o encontro visa à aplicação efetiva dos recursos digitais nas estratégias de comunicação, visando ressaltar como essas poderosas ferramentas podem ser utilizadas a fim de resultados eficientes na prática de Relações Públicas.
Com a presença de grandes estudiosos, como o professor Vinícius Romanini - doutor em Ciências da Comunicação pela USP; Jeff Paiva - ex-gerente de Social Media na Agência Click e Carolina Terra - pesquisadora na temática das novas tecnologias de comunicação e coordenadora de comunicação corporativa do site de e-commerce Mercado Livre. Irão discorrer sobre as práticas de mercado que se baseiam na utilização dessas novas mídias digitais e especificamente como as Relações Públicas atuam aliadas à Comunicação Digital.
A proposta do evento é incluir este tema atual na pauta de discussão dos alunos de comunicação, da Grande São Paulo, pois o intercâmbio cultural entre as diversas faculdades é sempre muito importante. Além das palestras os participantes concorrerão a livros da área - serão sorteados 19 títulos - e, a uma bolsa de estudos da Seven Idiomas.
Com vagas limitadas, a venda de ingressos será feita nas faculdades parceiras do VIIERP nos plantões de venda realizados na ECA-USP ou por email. O investimento é de R$10,00 por pessoa e haverá emissão de certificados de participação.
Local: Auditório Paulo Emílio – Av. Professor Lúcio Martins Rodrigues, 443 – 2º andar
Escola de Comunicações e Artes – Cidade Universitária
Data: 30 de novembro de2009 Horário: 18:30h às 22h
Contatos: Email - viierp.usp@gmail.com
Twitter - @VIIERP_ECA
Orkut - VII ERP Encontro de RP

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Comportamentos de compra na era da conveniência

Por Lívia Brito

Vive-se em constante mutação, em um ambiente que obriga a tomada de decisões a todo instante. Nessa inconstância, o tempo é um dos bens mais disputados em um novo mundo em movimento.

Diante do contexto, empresas criam oportunidades e facilitam o comportamento de compra. Agregam produtos e serviços complementares no ponto de venda: é a era da conveniência. Leonardo Lanzetta, em um artigo publicado no HsmGlobal, afirma que a escassez de tempo transforma nosso comportamento de compra e pontos de vendas mudam prioridades para adaptar-se.

Para perceber essas mudanças, basta ir até algum estabelecimento comercial e comprovar que há uma variedade de produtos e serviços adicionais, possibilitando comprar o necessário em um só lugar. De certa forma, as empresas facilitam a rotina do profissional que precisa cumprir prazos, oferece ao público a oportunidade de ganhar tempo. É neste momento que gestores de comunicação devem trabalhar para fidelizar o cliente, ampliando o foco do negócio.

Lanzetta adverte: considerando que mais de 80% das decisões de compra são tomadas no PDV, o novo cenário varejista torna imprescindível trabalhar planejamento estratégico de marketing e trade marketing. O planejamento possibilita conhecer o mercado como um todo, cujas ações podem ser definidas por meio de uma Análise SWOT (identificar oportunidades e ameaças externas; pontos fortes e fracos internos). Ou seja, a oportunidade está em gerar variedade e modificar o comportamento de compra do público, tendo em vista o fator tempo; e prever as ameaças – novos entrantes e produtos/serviços substitutos. Além de melhorar os pontos fortes e administrar os pontos fracos em relação à concorrência.

Ampliar o foco do negócio consiste em maximizar a diferenciação de produtos/serviços no PDV, é o Trade Marketing. Essa estratégia garante a análise dos hábitos e preferências dos consumidores, considerando a necessidade de conciliar o poder de barganha entre fornecedores e canais de distribuição, pois as organizações precisam atender a demanda no tempo certo e adaptar os serviços e marcas certas, no local certo. Essas atitudes proporcionam melhor controle sobre o mercado e resultam em fidelização.

É imperativo considerar que a comunicação no ponto de venda deve ser trabalhada com afinco, caso contrário a estratégia de oferecer uma variedade de produtos e serviços não gera os resultados esperados. A comunicação precisa ser clara, simples e rápida facilitando as decisões de compra, além de disponibilizar os produtos de forma a criar mobilidade entre as gôndolas e compras “casadas”.

O mercado oferece às organizações oportunidades. Para tanto, é preciso estar atento e reconhecê-las a tempo, antes que outro o faça. Em uma era em que os relógios consomem o tempo, a conveniência acerta os ponteiros.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A Influência da Cultura Nacional sobre a Cultura Organizacional [parte II]

Por Adriane Filenga

Continuação do post "
A Influência da Cultura Nacional sobre a Cultura Organizacional[parte I]"

Às vezes pensamos que certas coisas são tão naturais e tão normais e nem nos damos conta de que todas as nossas ações estão baseadas em muitas ideologias e que aquilo faz parte da nossa cultura, achamos que todos fazem igual a nós e estranhamos o que é diferente, muitas vezes com preconceito.



Outro aspecto da cultura alemã é o fato deles terem um tratamento extremamente formal independente da pessoa, sendo ou não um familiar, com jovens ou com adultos.



Este mesmo entrevistado que deu o exemplo da Daimler-Chrysler conta que “usamos para qualquer pessoa o tratamento formal (Sr. / Sra.) independente se é um garoto de 14 anos ou se é uma pessoa que conhecemos há anos.” Além disso conta que, muito diferentemente do Brasil, onde estamos acostumados a “simplesmente aparecer” na casa das pessoas para uma visita, sem hora marcada, na Alemanha tudo é extremamente combinado, e se aparecermos na casa de alguém sem combinar, podemos inclusive não ser bem recebidos, não por eles não quererem nossa visita, mas pelo fato de não termos combinado, faz parte da cultura deles.



Entre as pessoas que entrevistei, uma delas foi um amigo norte-americano que também revelou vários aspectos da cultura de seu país. Perguntei a ele o que mais o surpreendeu em sua visita ao Brasil e fiquei surpresa quando ele disse que foi com as pessoas. Disse que aqui as pessoas são extremamente amigáveis e super receptivas, o que é totalmente diferente dos Estados Unidos onde, segundo ele, as pessoas pensam muito mais nelas mesmas e não nos outros, além de serem “frios” em relação a receber estrangeiros.



Mas, o engraçado foi que ele contou uma enorme diferença entre os norte-americanos individualmente e eles no coletivo e nem deve ter se dado conta!
Segundo ele, as organizações norte-americanas incentivam muito a coletividade, dão muita ênfase ao espírito de equipe e também em ajudar as pessoas que trabalham para a organização. Ele conta que “(...)por mais que sejam diferentes uns dos outros individualmente e tenham idéias e opiniões diferentes, eles precisam agir ou pelo menos tentar agir de um mesmo modo quando trabalham em uma organização.”



Bom, os exemplos são vários e se fossemos conversar sobre todas as descobertas que fiz durante esta pesquisa (que ainda são superficiais diante da profundidade do assunto) teríamos assunto para muitos posts! Mas, o que pude aprender com tudo isso e quero compartilhar com vocês foi que realmente a Cultura Nacional pode interferir nos negócios de uma organização, pois cada país tem seu “jeito” se de ser e de administrar. E que, muitas vezes, esses “jeitos” são tão diferentes uns dos outros, que chegam a ser conflitantes, fracassando práticas, projetos e modelos gerenciais que pareciam perfeitos.



Com isso, vemos que o sucesso de uma organização “não depende apenas de mudanças nas estruturas da organização como padrões de autoridade, divisão do trabalho, métodos de controle, formas de comunicação interna, etc., mas fundamentalmente de mudanças em atitudes e percepções de seus indivíduos.” Dito por Motta e Caldas no livro Cultura Organizacional e Cultura Brasileira, 1997.





Então, como Relações Públicas - mas, vale também gestores da comunicação e das outras áreas - se desejamos mudanças eficazes onde estamos atuando, devemos prestar atenção nos detalhes básicos da cultura nacional onde as estratégias serão implementadas, para não sermos apenas “bons fazedores” de mural ou “melhorarmos” o site da organização, mas sim sermos comunicadores estratégicos que sabem aonde mexer, como mexer, porquê mexer e como mexer.


Aí sim seremos reconhecidos como devemos.


domingo, 15 de novembro de 2009

Quer ter sucesso? Então escolha seus clientes

Por Daniele Pedace


Isso mesmo, escolher seus clientes. Pode parecer estranho, mas incentivar as empresas a escolherem seus clientes é um bom negócio. As empresas que escolhem seus clientes são mais bem-sucedidas e têm melhor rentabilidade do que aquelas que mantêm uma clientela volumosa, mas que escolhem sem critério.
As empresas tendem a avaliar seus clientes pelos produtos ou serviços que consomem ou pela quantidade comprada. Outro critério é acompanhar as compras realizadas na concorrência e as práticas comerciais dos concorrentes.

Mas o que é melhor, ter um cliente que o considere um parceiro, permite participar de todo o processo, oferece a oportunidade de atendê-lo com a melhor solução de maneira antecipada, e contribui assim para o seu próprio aperfeiçoamento ou ter um cliente que se baseia apenas em preço?

Em geral as organizações que cedem aos pedidos dos clientes, sem entender o que realmente é valor para eles, acabam prejudicando sua credibilidade. É importante selecionar os clientes, compartilhar valores, visando sempre melhores resultados e o bem comum.

Com isso, é necessário somar as percepções de todos os departamentos da empresa sobre como pensam e sentem os clientes, dessa forma, obtendo informações importantes na hora de avaliar.

Cada empresa tem sua cultura, além de um jeito de se relacionar próprio. As organizações criam um sistema social próprio e estas características devem ser consideradas na hora de se entender e se apresentar aos clientes, principalmente durante as negociações.

Ser seletivo em relação aos clientes torna possível a dedicação em mais esforços e recursos para manter o foco, o que é determinante para o sucesso das empresas. Por isso, todas as áreas da empresa devem ser voltadas para atender aos clientes, contemplando a escolha dos melhores para atrair e manter na sua carteira.
Informações retiradas do site Jornale.

sábado, 14 de novembro de 2009

A Influência da Cultura Nacional sobre a Cultura Organizacional [parte I]

Adriane Leal Barros Filenga tem 19 anos e é estudante de Relações Públicas da Universidade Metodista de São Paulo, fez parte da formação inicial do A Bordo da Comunicação e hoje ela retorna à equipe como colaboradora.


Neste último 28 de outubro, tivemos o XII Congresso de Produção e Iniciação Científica, realizado na Universidade Metodista de São Paulo. Para este congresso, pensei em vários temas para escrever um trabalho, pois queria participar; decidi, então, por escrever sobre uma de minhas paixões, a cultura, e aí nasceu o trabalho sobre “A Influência da Cultura Nacional sobre a Cultura Organizacional”! Vou contar um pouco do que descobri através das pesquisas e entrevistas que fiz.


O termo Cultura na verdade possui mais de 5 mil significados e é um termo discutido por diversos autores. Aqui, abordaremos Cultura como o conjunto de características comportamentais mais comuns e frequentes encontrados nos indivíduos, ou seja, maneiras semelhantes de se comportar apresentadas nas pessoas. Assim sendo, “cultura nacional” é o conjunto de características comportamentais mais comuns e frequentes encontrados nos indivíduos de um determinado país ou região, e “cultura organizacional” quando tais expressões ocorrem em uma organização.
Basicamente, representa aspectos intangíveis, manifestados, na maior parte do tempo, no tangível, ou seja, não podemos ver, mas podemos sentir e perceber, por conta das manifestações.



No mundo organizacional, a influência da cultura nacional sobre a cultura organizacional adquire cada vez mais relevância; isso, pois os modelos de gestão trazem, naturalmente, pressupostos de sua cultura. Mas, muitas vezes, as culturas podem ser tão diferentes que chegam a ser conflitantes. Então, para estes modelos não fracassarem, é extremamente necessário que essa cultura nacional seja levada em conta na hora de se pensar nas estratégias para alguma organização.


Este estudo pretende auxiliar na percepção das atitudes que seriam adequadas ou não durante o processo de interação com diferentes culturas, tanto dentro quanto fora das organizações, também auxiliando em sua comparação, tornando possível verificar diferenças e semelhanças.



Conhecer as diferenças culturas, respeitá-las e possuir informações sobre o possível comportamento do interlocutor tornam-se um diferencial estratégico para as organizações e para o negociador. Este conhecimento minimiza o choque cultural, proporcionando melhores resultados nas relações e interações, até mesmo sobre negócios.



Vou dar um exemplo que um de meus entrevistados deu acerca deste assunto. Este exemplo deixa muito claro a importância de se pensar estratégias levando em conta a cultura de cada um:

Ele conta que, “Há uns anos atrás, a Daimler (alemã) realizou uma fusão com a Chrysler (americana). Esta fusão gerou a Daimler-Chrysler que acabou se desfazendo em 2007.” Quando ele chegou na Alemanha, “estava sendo realizada a junção dos sistemas das duas organizações (alemã e americana)”. Porém, “Esta junção nunca ocorreu, pelo fato de: Os americanos estão acostumados a comprarem caminhões personalizados, do jeito que eles querem. Na visão Chrysler, o sistema deveria permitir o cliente escolher todos os módulos do caminhão, cores, acessórios, do jeito que ele desejasse. Os alemães, muito adeptos à padronização, queriam que o sistema disponibilizasse apenas caminhões padrões, afinal de contas, eles já estavam há anos trabalhando desta forma e, vender a gosto do cliente, seria um choque e uma mudança muito grande”.

Por final, a fusão Daimler-Chrysler por algum motivo acabou se desfazendo e cada organização, americana ou alemã, continuou por seguir seus processos e atender o seu público da maneira que estão acostumados.

Continua...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Mais sobre Relações Públicas [parte 2]

Por Vitor Balan

Continuação do post “Mais sobre Relações Públicas [parte 1]



No Brasil, no mesmo ano em que Ivy Lee trabalha a imagem de Rockfeller, é instituído o 1º Departamento de Relações Públicas da São Paulo Light – Serviços de Eletricidade.
Apesar desse fato, as Relações Públicas começam a se desenvolver em solo brasileiro a partir da década de 40 e, principalmente, em 1951 com a instalação da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, no Rio de Janeiro.
As indústrias de base têm forte importância para as Relações Públicas porque eram empresas de economia mista e, consequentemente, reunia o interesse de vários públicos.
O contexto político do Brasil nessa época é marcado, portanto, pelo conflito de classes (operários que se sentiam explorados e empresários que viviam desconfiados, com medo da “traição” de seus funcionários).
Getúlio Vargas, portanto, percebe a importância de harmonizar interesses bilaterais e o faz com forte legislação (férias, salário mínimo, décimo terceiro salário e etc). Nessa época, cria o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) a fim de difundir o getulismo, perpetuando o poder.
Ao analisar o contexto histórico das Relações Públicas no Brasil é importante fazer uma pausa para refletirmos como o nosso país desenvolveu as práticas da nossa profissão juntamente com os Estados Unidos e países da Europa.
Eduardo Pinheiro Lobo institui o primeiro departamento de relações públicas em 1914, mesmo ano em que Ivy Lee começa a trabalhar a imagem de Rockfeller nos estados unidos. A Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP) foi fundada em 1954, mesmo ano em que são fundadas as associações italianas e holandesas e dois anos antes da fundação da Associação Germânica de RP.
Fiz tal pausa para reconhecermos os esforços dos profissionais presentes na história brasileira da nossa profissão.
Após o exposto, podemos voltar ao objetivo desses posts sobre história das Relações Públicas: refletir sobre a forte relação que a nossa profissão tem com a política e com a imprensa.
Na psicologia, os componentes básicos para formar a predisposição interna de um indivíduo para avaliar determinado objeto de forma favorável ou desfavorável são: cognitivos, afetivos e comportamentais. Ou seja, crenças, informações, emoções e experiências passadas ligadas ao objeto são os componentes que norteiam nossa percepção sobre determinado aspecto.
Entender a evolução histórica da profissão, portanto, nos ajuda a compreender algumas percepções da opinião pública sobre a atividade de Relações Públicas, pois nos apontam os componentes usados por ela para tal percepção.
O panorama americano e brasileiro nos mostra porque nossa profissão está tão ligada à imprensa e à política (principalmente, no caso dos EUA) e à administração pública e governo (principalmente, no caso do Brasil). Um jornalista (Ivy Lee) é o pai das Relações Públicas que, desde cedo foi explorada por políticos na perpetuação do poder e manipulação de informação.
Cada vez mais, nós (relações públicas) estamos caminhando para a posição de gestores de relacionamentos e da comunicação democrática e inclusiva, Mas, não podemos fechar os olhos para o preconceito que existiu contra o profissional de Relações Públicas.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Mais sobre Relações Públicas [parte 1]

Hoje No blog teremos a participação de Vitor Balan. Falará sobre um pouco mais sobre a história de Relações Públicas entre hoje e amanhã. Vitor tem 20 anos e é estudante de Relações Públicas da Faculdade Cásper Líbero.
Todo estudante de Relações Públicas, bem como um profissional da área de comunicação que se arrisca o mínimo que seja na assessoria de imprensa ou comunicação organizacional, sabe que a nossa profissão está fortemente relacionada à política e imprensa.

Apesar de ser facilmente percebido por todos, muitas vezes não ficam claros os motivos de tal relação. O objetivo deste post é fazer breves apontamentos no contexto histórico que marca o início das atividades de RP e relacioná-los à realidade dos dias de hoje.

O começo do século XX é marcado pela ação de grandes empresários que criaram verdadeiros monopólios. Um famoso caricaturista da época representou consumidores sendo chutados como se fossem bolas de futebol.
Lee lhe aconselhou a abrir as portas da empresa para os jornalistas e líderes da comunidade. Seguindo seus conselhos, Rockfeller construiu escolas, hospitais, museus e promoveu ações sociais, abandonando o papel de sanguinário para ganhar o status de “santo”.

Nesse contexto, John D. Rockfeller (a esquerda) era o homem mais impopular dos Estados Unidos. Conhecido por atirar em grevistas, viu todos os seus “podres” serem revelados. Para melhorar sua imagem perante a opinião pública, contratou Ivy Lee (a direita - abaixo).
O fato a cima marca o início de uma nova mentalidade por parte dos grandes empresários. A frase que Vanderbilt falou em 1882 - “O público que se dane” (“The public be damned”) – passou a dar lugar a “O público deve ser informado” de Ivy Lee.

O contexto histórico no qual as Relações Públicas se desenvolveram em solo americano é marcado pelas duas guerras mundiais e pela crise de 29.



Durante a Primeira Guerra Mundial, os EUA assumiram o status de potência mundial, pois, como a Europa estava em guerra, os EUA exportaram para os aliados – bem como para países que costumavam comprar da Europa – produtos alimentícios, manufaturados e matérias- primas.
Quando a guerra acabou e os países europeus estavam conseguindo reerguer sua economia, os EUA quiseram manter o ritmo de produção alcançado durante o conflito, porém, a produção excedeu o consumo, gerando a famosa crise de 29.

Para sair da crise, foi aplicado o “New Deal” – preços foram tabelados e fixados, empréstimos foram feitos, a construção civil se desenvolveu para oferecer trabalho para a mão-de-obra ociosa e etc. Nessa época, as Relações Públicas foram uma ótima ferramenta de governo para informar a opinião pública sobre o que estava sendo feito para superar a crise.

Já na época da segunda guerra, uma série de filmes foi produzida – “Porque Lutamos”- para informar sobre os motivos que fizeram os EUA entrarem para o conflito.

Esse é o breve contexto no qual as Relações Públicas começam a “dar os primeiros passos” em solo americano. No próximo post, vamos discutir o panorama brasileiro, perceber que a nossa profissão se desenvolveu, praticamente, no mesmo período em que se desenvolveu em solo americano e relacionar com o modo pelo qual a opinião pública percebe a nossa atuação.

Continua...