quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Ética e reputação - Cobertura do ERERP

Por Cibele Silva e Kelly Fusteros


No último dia 28 de novembro participamos do Encontro Regional de Estudantes de Relações Públicas, o ERERP. Evento que procura juntar opinião de estudantes de RP de diversos Estados do Brasil, detalhes sobre o evento, você pode encontrar no blog da agência RPJr ou na rede de relacionamento do ERERP.

Nosso intuito era fazer a cobertura das palestras pelo twitter, porém o sinal do 3G dentro da UEL não estava bom.

Sendo assim preparamos algumas coisas para disponibilizar no blog. E hoje falaremos sobre a palestra da professora Zilda Andrade sobre “A construção de relacionamentos éticos nas organizações”.

Ela explicou como os processos da globalização, através de dimensões e impactos mais abrangentes aumentaram a preocupação nas organizações com conceito de ética.

Para tornar claro, a professora conceituou ética como “nova reflexão formal acerca do agir humano, de nossos atos” e a diferenciou de moral:

Moral x ética

<!--[if !supportLists]-->· <!--[endif]-->Moral: e veiculada aos bons costumes. O que devemos fazer?

<!--[if !supportLists]-->· <!--[endif]-->Ética: parâmetros para o agir. Porque devemos agir de determinada forma?

A palavra ética virou moda e passou a ser utilizada principalmente para fins mercadológicos perdendo, assim, sua credibilidade, sendo usada apenas para conquistar clientes. Porém suas ações não são pautadas neste preceito.

Ela passou a se tornar uma preocupação através da grande cobrança dos mercados internacionais cada vez mais exigentes, pela postura da sociedade em exigir seus direitos principalmente depois da criação do código de defesa do consumidor e pelo crescente papel da imprensa em reportar todos os acontecimentos.

Os princípios éticos precisam ser adotados por toda a organização - funcionários e diretoria -, nos relacionamentos com seus públicos para que se legitimem as ações dela e que se torne um investimento de longo prazo, pois “A ética organizacional não e uma limitação e sim a precondição de qualquer iniciativa prospera”.

Mas a pergunta que não quer calar: É possível uma empresa que visa o lucro ser ética?

Sim, essas empresas podem ser éticas a partir do momento que:

<!--[if !supportLists]-->· <!--[endif]-->Respeitar a autonomia dos indivíduos

<!--[if !supportLists]-->· <!--[endif]-->Incentivar o diálogo

<!--[if !supportLists]-->· <!--[endif]-->Estimular a capacidade crítica

<!--[if !supportLists]-->· <!--[endif]-->Defina políticas que proporcionem condições necessárias a implantação da ética

<!--[if !supportLists]-->· <!--[endif]-->Ofereça condições para que o funcionário possa cumprir e para que eles percebam a importância do programa de ética

Mas tudo isso não deve ficar apenas no discurso. E preciso mudar as atitudes e transformar os comportamentos em condizentes com o código de conduta da organização.

Não adianta mandar o funcionário ler o código de ética, “a semana que vem eles vão ter esquecido”, tem que haver um programa de incentivo ao diálogo, o conflito sempre vai haver para estabelecer a conduta ética, mas a empresa tem que saber mediar estes conflitos e sempre enxergar uma maneira de seguir com o programa.

A ética não deve ser lembrada apenas no Gerenciamento de Crises. E preciso cultiva-lá e inseri-lá na cultura da organização para que esses valores estejam presentes em todos os relacionamentos criados pela empresa.

Somos muito mais críticos com a postura ética dos outros do que com a nossa mesma, por isso a organização precisa prestar atenção em suas ações, pois varias pessoas estarão prestando atenção nela. Pensando nisso, pesquisas mostram que 37,8% já disponibilizam seu código de ética em seu site.

O papel do relações publicas e o de conscientizar a organização de que não basta apenas criar um código de conduta ética e deixá-lo na gaveta. Este profissional deve conscientizar a organização de que este código orientara todos os processos, ações e relacionamentos realizados pela organização.

Este também deve conscientizar a organização de que os prejuízos podem se na perda de credibilidade e no comprometimento com a qualidade de produtos e serviços. Já os benefícios vêm com o fortalecimento da marca e de uma reputação corporativa favorável construída ao longo dos anos baseadas nas ações e comportamentos éticos, diferente da imagem que e momentânea, mutável e que se adapta as representações de uma organização.

Deve-se fazer uma analise de quais são os pontos mais vulneráveis, em questões éticas, da organização para aprimorá-los e iniciar programas para aumentar esses valores e assim aumentar sua reputação.

Para finalizar gostaríamos de deixar uma questão que foi colocada para a professora e pelo que sentimos a professora não conseguiu responder.

A ética como informada acima é muito importante e nós como estudantes de Relações Públicas não temos duvidas disso.

Mas a pergunta foi a seguinte – A China está como a 3ª maior potencia do mundo, um grande exemplo de crescimento, mas como vemos pouco exemplo de ética. Se como colocado na palestra a ética é o fundamento para uma organização crescer e ter um grande desempenho, como se explica o desempenho e crescimento da China?

Nós do A Bordo da Comunicação temos nossos considerações, mas queremos ouvir a de vocês. E então, o que acham?

2 comentários:

Ocappuccino.com disse...

É o mesmo caso da Wall Mart. Como pode uma empresa que é recordista em processo trabalhista ser uma das maiores potências no ramo? Inclusive no mês passado a Wall Mart foi punida aqui no RS sobre problemas de sonegação de notas fiscais. Nada ético. E o que isso alterou no seu faturamento, ou share de mercado? Pode ter arranhado um pouco a imagem.

Em mercados pequenos creio que a ética é fundamental, mas em mercados globais são outros fatores que importam: capacidade financeira, interesse economico, investimentos. A China é potência pois escraviza trabalhadores, produz muito barato e tem um mercado consumidor que todos querem atingir. Pra que ética? hehehe

Hoje ética é mais discurso do que ação. Ser ou naõ ser ético depende de interesses. Mas LÓGICO que o correto é ser ético, responsável, praticar uma cadeia de comércio justo.

MATEUS

A Bordo da Comunicação disse...

É como o case de muitas empresas. Estes dias saiu que o MC Donald's está entre as melhores as empresas para se trabalhar e no twitter o pessoal não gostou muito da história, pq é o mesmo caso do Wall Mart.

Bom, tudo meio complexo! No semestre passado eu estava mediando uma reunião entre representantes das agências da sala e professores. Uma das alunos falou em ética e o professor falou que a aluna não sabia nada de ética, que ética é complexo, por isso eles deixam a matéria de ética para o 6º semestre, primeiro para entendermos a vida do RP e depois a ética.

Bom, essa frase me fez pensar muito. Realmente a ética é algo complexo, muitos se dão bem e não tem nenhum pouco de ética e quem tem nem sempre se dá sempre.

Por ser complexo, vemos que o pessoal não opina muito por aqui, mas vamos fazer um pouco mais de ética nos próximos posts.


abraços,
Belle