terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Relações Públicas no Brasil - Distrito Federal » Brasília

Por Gilceana Soares Moreira Galerani



Ensino e registro profissional
A capital do País conta hoje com apenas um curso superior para os que desejam se graduar em Relações Públicas. A Anhanguera Educacional S.A.(AESA), por meio da Faculdade JK, oferece o curso de Comunicação Social – Habilitação em Relações Públicas, além de habilitações em jornalismo, publicidade e propaganda, design digital, produção editorial e pós-graduação em Branding e Comunicação Estratégica.
O curso de Relações Públicas já foi oferecido por outras universidades do DF, mas a baixa procura pela graduação na área fez com que essas escolas deixassem de oferecer a habilitação. Escolas como a Universidade Católica, o Centro Universitário de Brasília, o Instituto de Educação Superior de Brasília e a Universidade de Brasília continuam, entretanto, com as habilitações em jornalismo e publicidade e propaganda.
Segundo informações do Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas – CONRERP-6 ª Região, até 03 de abril de 2009 havia 957 profissionais registrados no DF, sendo que, destes, 405 na ativa. Até então, o CONRERP-6ª Região concentrava os dados profissionais apenas dos cincos estados do Centro-Oeste – DF, MT, MS, GO e TO.
A partir de 03/04/2009, por deliberação do Conselho Federal, através da Resolução Normativa nº 71/2009, o CONRERP da 7ª Região, com sede no Maranhão, teve sua sede transferida para a jurisdição da 6ª Região. Assim, hoje, além dos cinco estados do Centro Oeste , o CONRERP-6ª Região é também responsável por sete estados do Norte (MA,AC,AP,AM,PA,RO,RR), perfazendo um total de 12 estados jurisdicionados, reunindo 1.004 profissionais registrados sendo, destes, aproximadamente 850 profissionais na ativa. Há, ainda, cinco empresas de comunicação registradas na 6ª Região.
Mercado de Trabalho
Segundo a relações públicas Juliana Bezerra Espindola Moreira, “a administração pública corresponde a 80% do mercado de trabalho em Brasília”. Na opinião dela, “é inviável um órgão público que prescinda de uma Assessoria de Relações Públicas. De fato, a maior parte dos órgãos tem assessoria de RP ou um profissional que exerça as funções ou até mesmo um departamento que faça o trabalho de relações públicas, mas com outra denominação. Sendo assim, mercado existe, o que precisa é o profissional buscar meios de conquistar o espaço ocupado por profissionais de outras formações”.
Para a relações públicas Maria Elizabete Moraes de Araújo Pinheiro, “cabem boas empresas de assessoria de RP no mercado brasiliense, inclusive para prestar consultorias aos órgãos públicos. Falta aos novos profissionais um olhar mais empreendedor e ativo, para assumir a profissão com garra e levar a frente o desafio de ser Relações Públicas. O mercado comporta muita gente, mas gente com garra, com confiança no novo, com ousadia.
Acredito que o desafio dos novos profissionais é apenas investir no saber adquirido e levar ao mercado o novo, praticar realmente as ações de RP”.
Impressões
Brasília apresenta inúmeras empresas públicas com profissionais de relações públicas em seus quadros funcionais, várias com mais de um profissional contratado. O número de concursos públicos que oferecem vagas para relações públicas ainda é alto, mas percebe-se que o mercado ainda não absorveu as funções principais da profissão como essenciais para as estratégias de gestão.
Grande parte das atividades desenvolvidas pelos profissionais brasilienses situa-se no campo do cerimonial e dos eventos. Talvez isso seja natural para o perfil da região, que possivelmente concentra o maior número de cerimônias e solenidades públicas no País, com presença de autoridades do alto escalão, tanto nacional como internacional. Para o bom desempenho dessas atividades básicas, é imprescindível o conhecimento de normas do cerimonial público, bem como da dinâmica das articulações e atualidades políticas.
Entretanto, as responsabilidades de relações públicas, obviamente, vão muito além do cerimonial e dos eventos. Os vários contatos profissionais realizados nesta região do País atestam que muitos colegas da área têm lutado bravamente por um espaço maior de contribuição, especialmente nas áreas de assessoria à alta administração, comunicação interna e gestão da marca.
A diminuição do número de cursos de graduação em relações públicas é um fato preocupante, uma vez que limita a atuação técnica em sua plenitude. Por outro lado, em Brasília há bons cursos de pós-graduação em comunicação e na equipe de professores desses cursos registram-se as presenças de renomados profissionais de relações públicas, bem como de disciplinas estratégicas para a excelência em comunicação organizacional. Essa realidade ajuda sensivelmente na elevação do status e da competência profissional de relações públicas, proporcionando condições e cenários mais propícios ao fortalecimento da profissão enquanto forte integrante das ciências da comunicação.
Observação: As 41 unidades da Embrapa no Brasil possuem 54 profissionais de RP contratados. Na Sede da Empresa, em Brasília, onze relações públicas compõem o quadro da Assessoria de Comunicação Social, estrutura vinculada à Presidência da Embrapa.


Contribuição:
- Maria Lúcia Dutra, assessora da Diretoria Executiva do Conrerp-DF
- Luciana Gonçalves da Silva, estudante de relações públicas da
Faculdade Anhanguera/JK

Fontes de consulta:

4 comentários:

Ocappuccino.com disse...

Pelos números o mercado em Brasília, incluindo as demais regiões, não é muito atraente. Brasília gira em torno da política e me parece que a profissão se desenvolve neste campo também e se não for concurso público o único meio é ser indicado.


MATEUS

Alexandre disse...

Parabéns ao A Bordo por mais esse post.
Parabéns também a Gilceana; ela é uma profissional reconhecida pelo bom trabalho que faz na Embrapa. E, seu livro é uma boa referência para quem quer trabalhar com pesquisa.

Cibele Silva disse...

Eu teria como um desafio trabalhar em um orgão público como RP, eu ainda tenho a impressão de ser um segmento fechado para alguns tipos de relacionamento.
Brasília é um bom campo para o RP trabalhar ocm orgão público e dar destaque para a profissão.

Gilceana, parabéns pelo post, rico em informações, mostrou como está estruturada nossa profissão na capital do Brasil. Claro, temos muito o que desenvolver ainda.

Agradeço pela sua participação no A Bordo.

Alexandre, obrigada pelas suas considerações.

Abraços,
Belle

Luciana Silva disse...

Muito bom esse post,Parabéns!
É Mateus esperamos que esse quadro mude,que tenhamos fé.