segunda-feira, 20 de abril de 2009

Comunicação, Humanização e Organizações


Os estudos sobre a dimensão humana se iniciaram com Elton Mayo em Hawthorne, e são considerados fundamentais para o resgate da dimensão humana no contexto organizacional – embora hoje o contexto seja outro.

Os estudos de Mayo contribuíram, entre outros aspectos, para superar a percepção do homo economicus pela do homo social e, durante décadas, as organizações implantaram sistemas de incentivo, de motivação, de estabilidade profissional e de integração – teoricamente pensando no bem estar dos funcionários.

Porém, muitas dessas práticas implantadas, ainda que levassem em conta essas questões, continuaram a buscar o controle dos indivíduos, mesmo que de maneira mais sutil - o foco continuou sendo o da garantia de altos padrões de produtividade. Na comunicação com os outros públicos, as organizações evoluíram dos modelos mecânicos da transmissão unilateral de informação para a implantação de processos de obtenção de informação e de perspectivas dos públicos.

Atualmente nos encontramos na era da velocidade e da globalização e esse cenário sinaliza que, diante dos graves problemas da geopolítica, da economia e do meio ambiente globais, há a necessidade o de uma comunicação mais efetiva, humana e integral, entre países, culturas, organizações e indivíduos – uma comunicação organizacional também globalizada.

Com isso, vivemos uma retomada da questão humanística nas organizações. Pois estamos diante de diversos questionamentos: a natureza do poder e da autoridade, o individualismo e o coletivismo, a informação e o conhecimento, sendo a responsabilidade, a estrutura social e institucional, a tecnologia e principalmente o comportamento das pessoas cada vez mais questionados pelas organizações.

Neste contexto surgi um novo paradigma: a renovação dos estilos de gestão, que passam a ser mais voltados às pessoas, mais descentralizados e participativos e voltados a satisfazer as necessidades dos públicos e da sociedade em geral – como práticas de relacionamento sócio-comunitário e sócio-ambiental – impondo modificações de posturas e atitudes das organizações.

Dessa maneira há, por parte das organizações, a procura do entendimento e da participação ativa dos públicos para a construção de maior interação e compreensão mútua - enfatizando a construção de significados e sentidos em todas as suas relações.

Podemos concluir, portanto que a tendência à humanização das relações das organizações com os públicos e com a sociedade se torna inevitável.

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