quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Comunicação Interna Eficaz

Hoje apresentaremos uma nova colaboradora - Nayara Landim - faz Relações Públicas na Universidade Metodista/SP. Ela é comunicatica, sempre realiza trabalhos voluntários e adora viajar. Atualmente trabalha no Ministério de Solidariedade e Cidadania e do Comitê Executivo da Cátedra Gestão de Cidades. A partir de hoje contaremos com sua experiência e conhecimento para agregar aos leitores do A Bordo.


Na contemporaneidade, muito se fala na importância do planejamento e da estratégia. Mas será que as empresas tratam o assunto com seriedade? Ou fazem seu planejamento estratégico e disseminação dele aos funcionários de forma realmente eficaz?
Contarei um case de sucesso, onde a organização se aliou aos colaboradores e as duas partes cresceram juntas.

A Gerdau Aço Minas, junção da Aço Minas Gerais S. A. (Açominas) e do Grupo Gerdau, foi formada em novembro de 2003. Desde a criação da antiga Açominas, em 1986, muita coisa se transformou. O mundo ouvia discos de vinil e escrevia cartas em máquinas de escrever. Hoje o e-mail é amplamente usado, assim como celulares, chips e internet. Dizem que vivemos na “era da informação”. Apesar disso, muitas organizações ainda não visualizaram a relevância de se comunicarem com seus públicos.

A Gerência de Comunicação Social da Gerdau pensava diferente, ainda mais quando teve um grande desafio pela frente “como mobilizar 4,5 mil pessoas para um único objetivo?” O departamento deveria auxiliar a implantação de uma nova metodologia de planejamento da Gerdau, além de possibilitar a participação dos funcionários nos projetos propostos.

Para que os colaboradores se envolvessem no Planejamento de Longo Prazo (PLP) era preciso que entendessem bem os conceitos da nova estratégia. Sendo que o objetivo principal do PLP era transformar o exercício da estratégia num processo contínuo. Para isso, adotaram diferentes técnicas e linguagens, como teaser, outdoor, boletim eletrônico, site, telejornal, teatro, rádio, eventos, entre outros.

Logo no início fizeram teasers e outdoors com o slogan “Muita coisa mudou de 1987 para cá” com imagens das mudanças tecnológicas mundiais já citadas. Depois programaram palestras de economistas para embasar as reuniões que aconteceriam em pequenos grupos para discutir sobre seu setor. Para clarear ainda mais o assunto, levaram Max Gehringer para expor sobre a importância do planejamento nos negócios e na vida das pessoas. A TV e o jornal Gerdau Açominas cobriam todos os eventos e spots eram veiculados na rádio da região. A última ação comunicacional foram cartazes com um papel branco no meio, dizendo “E agora, para onde a empresa vai? Você vai dizer. Participe do PLP”.

O desafio do PLP era atingir em 3 anos um ROE (Returno n Equity ou retorno sobre o próprio capital) de 15%, ou seja, 150 milhões de dólares. O Zé do ROE com sua turma e um bordão musical ia aos setores continuar a motivar os funcionários durante o processo. Houve até um concurso em que os empregados faziam perguntas relacionando planejamento e futebol, aonde os vencedores podiam fazê-las pessoalmente ao técnico da Seleção Brasileira, Carlos Alberto Parreira, além de ganharem camisas e bolas de futebol autografadas por ele.
Em suma, o projeto de comunicação interna da Gerdau foi um sucesso! Em apenas 1 ano atingiram e superaram a meta prevista para 3 anos. O resultado foi um ROE de 19,3%, 193 milhões de dólares.
Ao final, o departamento de comunicação fez uma pesquisa com os funcionários para avaliar aspectos importantes do PLP e verificou que para 98% estava claro como foi construído o mapa estratégico do PLP e 99% sabiam como podiam contribuir para que a Gerdau Açominas alcançasse seus objetivos estratégicos.

O resultado foi merecido, pois a área de comunicação fez um incrível trabalho de comunicação interna. Sabendo valorizar o formidável papel da informação que é o elemento que gera, evita e resolve conflitos – também matéria-prima das relações públicas – resolvendo e evitado problemas que poderiam acontecer com a implantação de um novo sistema. (SIMÕES, 1995)
Segundo José Eustáquio de Souza, gerente de Comunicação Social da Gerdau “o maior aprendizado foi que mudanças só podem ser enfrentadas com participação, mobilização, integração e muito trabalho.”


Referências:
*NASSAR, Paulo (Org.) Comunicação interna: a força das empresas, volume 2. São Paulo: ABERJE, 2004;

*SIMÕES, Roberto Porto. Relações Públicas: Função Política. 6ª edição. São Paulo: Summus, 1995.

3 comentários:

Fabio Procopio disse...

Eu acho que o problema não é tratar o PE com seriedade, e sim em se saber a real importância dele e as diferentes técnicas e situações em que ele pode ser colocado em prática. Bem legal o case da Gerdau !

Abraços
Fabio Procópio

Emily Bianquini disse...

Olá!!
Parabéns pelo blog.
abraços
Emily
(RPublicando)

Nayara Landim disse...

Realmente Fábio, as organizações tem que ter uma noção maior da importância do seu PE para utilizá-lo melhor. Por isso que usei a expressão "seriedade", se o considerassem tão relevante e o levassem tão a sério como dizem, procurariam novas informações sobre ele e veriam diferentes técnicas e situações em que ele pode ser colocado em prática.

Fábio e Emily, obrigada pela participação!

Abraço,
Nayara
A bordo