quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Mais sobre Relações Públicas [parte 1]

Hoje No blog teremos a participação de Vitor Balan. Falará sobre um pouco mais sobre a história de Relações Públicas entre hoje e amanhã. Vitor tem 20 anos e é estudante de Relações Públicas da Faculdade Cásper Líbero.
Todo estudante de Relações Públicas, bem como um profissional da área de comunicação que se arrisca o mínimo que seja na assessoria de imprensa ou comunicação organizacional, sabe que a nossa profissão está fortemente relacionada à política e imprensa.

Apesar de ser facilmente percebido por todos, muitas vezes não ficam claros os motivos de tal relação. O objetivo deste post é fazer breves apontamentos no contexto histórico que marca o início das atividades de RP e relacioná-los à realidade dos dias de hoje.

O começo do século XX é marcado pela ação de grandes empresários que criaram verdadeiros monopólios. Um famoso caricaturista da época representou consumidores sendo chutados como se fossem bolas de futebol.
Lee lhe aconselhou a abrir as portas da empresa para os jornalistas e líderes da comunidade. Seguindo seus conselhos, Rockfeller construiu escolas, hospitais, museus e promoveu ações sociais, abandonando o papel de sanguinário para ganhar o status de “santo”.

Nesse contexto, John D. Rockfeller (a esquerda) era o homem mais impopular dos Estados Unidos. Conhecido por atirar em grevistas, viu todos os seus “podres” serem revelados. Para melhorar sua imagem perante a opinião pública, contratou Ivy Lee (a direita - abaixo).
O fato a cima marca o início de uma nova mentalidade por parte dos grandes empresários. A frase que Vanderbilt falou em 1882 - “O público que se dane” (“The public be damned”) – passou a dar lugar a “O público deve ser informado” de Ivy Lee.

O contexto histórico no qual as Relações Públicas se desenvolveram em solo americano é marcado pelas duas guerras mundiais e pela crise de 29.



Durante a Primeira Guerra Mundial, os EUA assumiram o status de potência mundial, pois, como a Europa estava em guerra, os EUA exportaram para os aliados – bem como para países que costumavam comprar da Europa – produtos alimentícios, manufaturados e matérias- primas.
Quando a guerra acabou e os países europeus estavam conseguindo reerguer sua economia, os EUA quiseram manter o ritmo de produção alcançado durante o conflito, porém, a produção excedeu o consumo, gerando a famosa crise de 29.

Para sair da crise, foi aplicado o “New Deal” – preços foram tabelados e fixados, empréstimos foram feitos, a construção civil se desenvolveu para oferecer trabalho para a mão-de-obra ociosa e etc. Nessa época, as Relações Públicas foram uma ótima ferramenta de governo para informar a opinião pública sobre o que estava sendo feito para superar a crise.

Já na época da segunda guerra, uma série de filmes foi produzida – “Porque Lutamos”- para informar sobre os motivos que fizeram os EUA entrarem para o conflito.

Esse é o breve contexto no qual as Relações Públicas começam a “dar os primeiros passos” em solo americano. No próximo post, vamos discutir o panorama brasileiro, perceber que a nossa profissão se desenvolveu, praticamente, no mesmo período em que se desenvolveu em solo americano e relacionar com o modo pelo qual a opinião pública percebe a nossa atuação.

Continua...

10 comentários:

Amanda Meyer disse...

Isso me lembra tanto meu 1° ano de faculdade =) mas com certeza é essencial conhecer o início da história da profissão.

Beijo,
Amanda Meyer

www.adoramosfeedback.blogspot.com

Cibele Silva disse...

O Lee eu já tinha visto, mas o John não, nossa que estranho ele, não?

Contar a história de Relações Públicas é fácil, para quem realmente gosta da profissão, tem gente que ao menos sabe, mas o diferencial aqui é a analise entre a história e a profissão, realmente uma construção memorial da profissão.


Abraços,
Belle. A Bordo

Daniele Pedace disse...

Obrigada Vitor, um belo post.

Realmente, saber sobre a história acho que qualquer RP deve saber...muito legal a sacada de relacionar com a atividade de RP....

Nossa Bele, não conhecia o Rockfeller!?...rs...você não tinha me dito que gostava de história!? =P

Beijos
Daniele A Bordo

Cibele Silva disse...

Não, eu disse que eu nunca tinha VISTO (ver a foto) do Rockfeller.
hehe.... saber quem ele é, eu sei...
Entendeu?

bjos,
Belle

Ocappuccino.com disse...

Bem legal. Lembrou minhas aulas de Introdução às Relações Públicas. Por muito tempo Ivy Lee foi meu herói. No Brasil começou em 1914 não é? Mas isso já é assunto do outro post.

MATEUS

vitor balan disse...

Mateus, no Brasil, isso é assuto da parte 2 hehehehe

Leonel D'Ávila disse...

Nossa, que interessante... ontem tivemos uma palestra no Encontro Alagoano de Comunicação que abordava exatamente esse tema: "O Passado, o presente e o futuro das Relações Públicas no Brasil e no Mundo". Parabéns pela iniciativa Vitor... depois de tantos artigos falando sobre RP na internet é bem voltar aos primórdios e rever como tudo começou. Abração amigo! Aguardo a parte 2.

Fabio Procópio disse...

Concordo com o Leonel..É importante que assuntos como estes não sejam esquecidos por nós estudantes.

ótimo texto.

Abraço

Líviarbítrio. disse...

Eu como estudante e profissional de adm/mkt formada não tive nenhuma cadeira de Relações Públicas. Ao contrário, aprendi RP como uma das ferramentas de comunicação de marketing, que devem ser planejadas pelo profissional de marketing. Conhecer o blog A Bordo me traz uma oportunidade única de rever minha visão sobre os profissionais de Relações Públicas e a importância dele na organização.

Muito, muito bom esse post e a relação. Também sou apaixonada por história e gosto dessas relações passado/presente. Costumo dizer que sem o passado não podemos entender o futuro, as perguntas de hoje estão nas respostas de ontem...

Abraços,
Lívia Brito.

Guilherme Freitas disse...

Não conhecia a origem das Relações Públicas e agora lendo aqui, deu para saber sobre sua história e personagens. Muito interessante. Rockfeller foi sem dúvida um cara muito importante para este mundo de comunicação. Abraços.