sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O Invasor

Por Caio Costa
Hoje quem comanda a seção ‘extras’ é o Caio Costa. Ele mora em Salvador/BA é publicitário e mediador do Blogcitário – Seu blog de publicidade.



Imagine a cena: um garoto manda uma cartinha para o Papai Noel pedindo uma bicicleta. O bom velhinho responde a mensagem. O menino fica muito feliz por saber que o presente está garantido, mas no final tem um carimbo: “Bicicletas Caloi. Não esqueça de comprar a sua”.


Isto ilustra bem a ação dos “links relacionados”, anúncios adaptados ao contexto dos e-mails. Se um amigo te escrever dizendo que está desempregado e precisa do seu networking para voltar ao mercado, logo ao lado aparecerão anúncios do tipo “ganhe R$ 1000,00 trabalhando em casa”. Essa estratégia pode ser considerada oportuna ou oportunista?


O que os anunciantes chamam de “segmentação”, muita gente considera invasão de privacidade, pois alguém (mesmo sendo um software) aproveita para ler a sua mensagem e criar um texto publicitário especialmente para você. Eles esquecem que ninguém em sã consciência pede para ver, ler ou assistir a um comercial. A publicidade sempre entrou nas nossas vidas sem permissão, mas de forma educada e muitas vezes de forma divertida.


Agora ela tem esse olho tipo Big Brother, por onde vigia o seu público-alvo de perto para pegá-lo de surpresa e entrar sem bater, tudo para entregar um comercial personalizado. Por esse motivo, os relacionados tornaram-se o inimigo número um dos internautas, dividindo o posto com os pop ups. Se duvidar, já deve estar em processo de desenvolvimento um programa para bloquear os links relacionados. E mais um olho da publicidade será vendado.


Nesta nova era da internet, onde as pessoas têm o poder de produzir e distribuir informação, os links relacionados tornam-se desnecessários, podendo ser mandados para um museu junto com os jurássicos banners estáticos. Com tanto potencial de interação on line, a publicidade tem outros meios para vender o seu peixe sem esfregá-lo na cara do internauta.

5 comentários:

A Bordo da Comunicação disse...

Concordo plenamente...

Na empresa onde trabalho acho que recebo umas 2 ligações por semana de empresas que colocam a empresa nos Links Patrocinados, uma chatisse, também acho, hoje em dia, desnecessários.

Abraço
Daniele A Bordo.

Natalya Nunes disse...

Eu não conheço ninguém que se sente 'especial' quando recebe essas malas diretas com mensagens do tipo:
"OFERTA ESPECIALMENTE PARA VOCÊ, FULANO DE TAL..."

Na minha opinião, esse tipo de comunicação é muito fria e, dificilmente atinge o target.
Claro que de vez em nunca a gente se depara com coisas super criativas, mas mesmo assim, e-mail mkt, links patrocinados, cartinhas coloridas acabam gerando um certo incômodo na maioria das pessoas.

Parabéns pelo post e pelo seu Blog, Caio. ;D

Ocappuccino.com disse...

Discordo, os banners e os links estão mais do que comprovados que são eficientes. A última revsita PEGN mostra casos de empresas que cresceram apoiados na publicidade de links e de banners espalhados pelas redes. Para pequens empresas a forma mais barata de divulgação são estas duas ferramentas.

Veja bem, sou bastante crítico a estas formas invasivas de propagandas, mas não posso negar que são efiecientes e que não são desnecessárias de forma alguma. Claro que a forma de mensurar não é mais o clique, pois o número de cliques tem caído principalmente nos EUA, mas só o fato da propagação e da visualização do link e do banner já demonstram que para perceber não é preciso clicar.

Também acredito que é preciso reiventar e não tenho nenhuma ideia genial sobre como fazer isso. Um post recento no blog gerou muitos comentários, o que comprova que este assunto é bem discutivel.

Na verdade hoje, 90% do que é falado nas redes sobre uma marca é produto dos consumidores e somente 10% é propaganda chapa branca, ou seja, aquilo oficial da marca. Mas isos é com grandes empresas e pequenas empresas precisam de formas baratas de se promover.

MATEUS

Felipe disse...

Eu nunca tinha parado pra pensar nesse assunto. Mas acredito que o software não deve ler a mensagem, mas sim relacionar palavras específicas do texto com algum banco de dados e mandar os links.

Vou perguntar pra um amigo que trabalha desenvolvendo sites e tal.

A Bordo da Comunicação disse...

Também nunca tinha parado para pensar neste assunto. Quando o Caio me mandou o post e eu fui procurar algumas coisas para fazer a montagem (figura) eu comecei a perceber de como é a sistemática dos links. E acredito que seja o que o Felipe falou, a mensagem deve ser relacionada com algumas palavras, mas de qualquer forma é uma invasão.

Caio, mais uma vez agradeço a sua atenção e disponibilidade.

Abraços,
Cibele